Mais uma temporada fenomenal por parte da melhor ProTeam do Mundo. Em 2023 vai passar de World Tour honorária para World Tour no papel e a estratégia continua a mesma, passa por estar entre a elite nos sprints e nas clássicas.

 

Os dados

Vitórias: Um total incrível de 34 triunfos e dentro disso o mais impressionante talvez seja o facto de terem ganho 7 etapas em Grandes Voltas.

Pódios: Não andaram longe da centena ao totalizar 89 pódios ao longo de 2022.

Dias de competição da equipa: Muito competiram, imensas clássicas para além das 3 Grandes Voltas, somaram 266 dias.

Idade média do plantel: 28,5 anos, não é uma equipa com muita juventude, são muito raros os corredores abaixo dos 24 anos.

Mais kms: O único a fazer mais de 12 000 kms foi o consistente italiano Kristian Sbaragli.

Melhor vitória: Não é uma escolha fácil, entre o triunfo de Jasper Philipsen nos Campos Elíseos, a incrível vitória de Jay Vine na 6ª etapa da Vuelta, mas é impossível ignorar o Tour des Flandres conquistado por Mathieu van der Poel.




 

O mais

Já anteriormente falámos dele na eleição do melhor sprinter do ano e serve este espaço para reforçar a época incrível que Jasper Philipsen teve. Pode não ser o sprinter mais espectacular, mas foi o mais regular, é dos poucos que conseguem estar quase sempre entre os melhores nos sprints puros e nos sprints em pelotão reduzido. O comboio da Alpecin tem melhorado bastante e sente-se um Philipsen mais confiante. Finalmente quebrou a malapata no Tour e até bisou, teria conquistado a camisola verde não fosse um Wout van Aert estratosférico. Terminou 2022 com quase 10 vitórias, mais de 20 pódios e quase 40 top 10’s.

Foi uma boa época, mas não incrível para o inevitável Mathieu van der Poel, Conseguiu cumprir a maioria dos seus objectivos, fez pódio na Milano-SanRemo, levou para casa o Tour des Flandres, venceu a abrir no Giro e andou de camisola rosa, parecia encaminhado para uns excelentes Mundiais até que… teve uma noite conturbada na Austrália, o que lhe manchou um pouco a temporada. Jay Vine provou que consegue produzir watts para andar com os melhores do Mundo na montanha, deu pistas disso na modesta Volta a Noruega e posteriormente fez 2 exibições do outro Mundo na Vuelta.

Num patamar distinto, Dries de Bondt esteve muito bem globalmente nas clássicas e até colocou a cereja no topo do bolo no Giro. Oldani foi muito menos consistente, só que é impossível virar a cara a um triunfo numa Grande Volta. Sjoerd Bax foi uma enorme surpresa na segunda metade do ano e graças a isso também garantiu uma transferência surpreendente.

 

O menos

Não houve muitas notas negativas, Tim Merlier fez uma Vuelta muito fraquinha depois de um ano em que até esteve bem, foi campeão nacional, venceu mais do que 1 vez no World Tour, claramente não tinha a prioridade interna e isso fez-se sentir na estrada. Gianni Vermeesch foi uma enorme surpresa em 2021 e nesta época acabou por descer muito o nível, o mesmo se passou com Kristian Sbaragli nas clássicas das Ardenas.



Tinha expectativas muito mais elevadas em particular para 2 ciclistas que mal se viram nos últimos 12 meses: Silvan Dillier e Michael Gogl, corredores que já deram muito nas vistas em clássicas como o Paris-Roubaix e na Strade Bianche. Puxando o filme atrás não fica nada de significativo destes 2 elementos.

 

O mercado

A Alpecin regista, para já, 7 entradas e 8 saídas, e não obstante ter perdido o seu trepador de serviço (Jay Vine), o seu sprinter secundário (Tim Merlier), a sua revelação da segunda metade da época (Sjoerd Bax) e alguns bons roladores e ciclistas de clássicas (Julien Vermote, Guillaume ven Keirsbulck, Floris de Tier). é assustador pensar que no papel fica ainda mais forte.

A equipa foi recrutar Soren Kragh Andersen, um ciclista muito perigoso nas clássicas do empedrado e a caçar etapas nas Grandes Voltas, Quinten Hermans, um dos corredores que mais melhorou em 2022, foi 2º na Liege-Bastogne-Liege e mostrou-se um perigo enorme nas clássicas das Ardenas, e Kaden Groves, um dos sprinters emergentes no panorama internacional e que este ano mostrou não só conseguir passar bem a montanha, como ombrear a espaços com os melhores sprinters.



Jenson Plowright é um homem rápido, uma aposta de futuro e está numa casa onde pode aprender muito, Nicola Conci um ciclista para etapas mais montanhosas e Ramon Sinkeldam foi uma excelente carta sacada à última hora, o neerlandês é muito experiente e um dos melhores lançadores do Mundo, acompanhou Arnaud Demare nos últimos anos.

 

O que esperar em 2023

Como já referimos, o aspecto da Alpecin-Deceuninck para 2023 é assustador, tem tudo para estar novamente entre as 10 melhores equipas do Mundo. Primeiramente tem um dos melhores sprinters do Mundo (Jasper Philipsen) e com a confiança reforçada pelas recentes vitórias, ainda por cima com um comboio que se mantém. Mathieu van der Poel terá novamente as grandes clássicas na mira, será também muito importante para o neerlandês ter Gianni Vermeesch e Soren Kragh Andersen em grande forma para o acompanhar nos momentos cruciais, o dinamarquês tem também um espírito muito ofensivo.



Acredito que para um Giro ou uma Vuelta a equipa leve como grande líder o australiano Kaden Groves para conquistar etapas, e a contratação de Ramon Sinkeldam poderá ser para lhe dar um grande lançador. De resto, espera-se um crescimento ainda maior de Robert Stannard, acredito que o australiano tem potencial para muito mais, mas tem de começar a mostrar, está na hora disso. Nas Ardenas, Hermans terá o apoio de Stannard, Gogl, Kragh Andersen, Conci e até Sbaragli, nada mau para uma estrutura que nem aposta muito neste tipo de corridas.

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