1 de Agosto, dia muito aguardado por uns porque significa o início de umas merecidas férias ou então porque simplesmente as equipas de ciclismo finalmente podem anunciar as transferências para a próxima época publicamente.

Um dos movimentos de mercado mais relevantes para o presente e para o futuro ocorreu em França, internamente. Descontente com a sua situação na Groupama-FDJ Arnaud Demare optou pela saída e Marc Madiot decidiu não “cortar as pernas” a um corredor que lhe deu tantas vitórias. A situação degradou-se quando ficou de fora da Volta a França depois de ter planeado a temporada à volta deste objectivo, um rude golpe que viu a formação gaulesa levar como líder David Gaudu, que viria a terminar no 9º lugar.




Posto isto, Demare começou a procurar uma solução praticamente de imediato e os rumores que circulavam ontem eram mesmo verdade, o francês de 31 anos assinou com efeito imediato pela Arkea-Samsic, o que significa que já pode representar a equipa bretã este mês e possivelmente até começar já a picar o ponto. De recordar que no currículo Arnaud Demare conta com 10 vitórias em Grandes Voltas (8 no Giro, 2 no Tour) e 1 Monumento (a Milano-SanRemo de 2016).

Continua a ser um sprinter muito eficaz quando define objectivos mais específicos e este período de adaptação já em 2023 vai dar tempo para a Arkea-Samsic preparar e estudar o seu comboio, numa estrutura que já por si tem tantos ciclistas rápidos, mas que faltava um sprinter de renome mundial depois da quebra de nível de Nacer Bouhanni. O contrato é válido por 2 anos e meio, até ao final de 2025. Com o plantel completamente preenchido, para a entrada imediata de Demare teve de sair alguém e o “sacrificado” foi Andrii Ponomar, o ucraniano que não teve uma adaptação fácil a esta nova realidade rescindiu contrato por mutuo acordo com a Arkea-Samsic.

Na Escandinávia também houve movimentações, a Uno-x procura consolidar a sua posição a nível global e depois de ter recrutado Alexander Kristoff para este ano, uma das grandes apostas recai em Magnus Cort, num contrato de longa duração até final de 2026. Esta é uma contratação com um peso enorme, trata-se de um ciclista que tem no seu palmarés vitórias nas 3 Grandes Voltas (6 na Vuelta, 2 no Tour e 1 no Giro), é dos poucos corredores em actividade com este feito e que aceitou “descer de divisão”, passar de uma equipa World Tour como era a EF para uma ProConti com ambições de subir como a Uno-x, que pretenda precisamente subir ao World Tour para 2026.




Para Magnus Cort também significa mais responsabilidade e talvez menos liberdade por incrível que se pareça, a nível individual vai estar um pouco mais pressionado para somar pontos, que vão ser fundamentais para uma possível subida da equipa norueguesa. Será um dos ciclistas mais conceituados e experientes do plantel e talvez tenha de fazer mais sprints para um top 10 e por isso menos poupanças para depois entrar em fugas potencialmente vencedoras, isto nas Grandes Voltas. Vai ter de ser um pouco mais consistente nas clássicas, achamos que tem capacidade e qualidade para isso e entre Cort, Kristoff, Tiller e Waerenksjold está aqui um bloco bem perigoso, é um reforço de luxo e que faz todo o sentido tendo em conta os objectivos da equipa e a aposta “geográfica” que estão a fazer no mercado nórdico.

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