A Volta a Itália significa também o início de um movimentado mercado de transferências no ciclismo, repleto de suposições e rumores, com uma boa parte destes a confirmarem-se. Uma Grande Volta é também uma espécie de grande circo, que movimenta muitos actores entre ciclistas, dirigentes, agentes e pessoas relacionadas. Há reuniões e acordos que são realizados nos dias de descanso e nos últimos dias já tem havido indicações que em Agosto muitas contratações vão ser confirmadas.

Talvez o rumor mais antigo seja a saída de Dylan van Baarle da Ineos-Grenadiers, ele que valorizou imenso em termos de mercado com o seu triunfo espectacular no Paris-Roubaix. Fala-se que o holandês poderá estar de saída para uma equipa rival, precisamente a holandesa Jumbo-Visma. Uma formação com ambições elevadas tanto nas clássicas como nas Grandes Voltas e em que Dylan van Baarle poderia desempenhar um papel importantíssimo, fazendo parte do bloco principal, tal como faz na equipa britânica. A Jumbo-Visma, por forma a ter mais opções, tem procurado cada vez mais reforços versáteis, que consigam integrar vários blocos.




Já nesta Volta a Itália surgiu uma possível movimentação no sentido inverso, um holandês reforçar a Ineos-Grenadiers. Thymen Arensman, actualmente na Team DSM está a ser uma das confirmações da temporada, já foi 6º no Tirreno-Adriatico, 3º no Tour of the Alps e está neste momento em 12º no Giro após 9 etapas. O jovem de 22 anos já tinha feito alguns resultados relevantes em épocas anteriores, mas nada como em 2022.

Curiosamente, no dia a seguir a sair este rumor mais a público, a Team DSM confirmou nas redes sociais que Arensman não irá ficar para 2023 depois de ter recebido uma oferta irrecusável. No entanto, como as equipas ainda não estão autorizadas a oficializar transferências, a Ineos-Grenadiers ainda não confirmou nada. A confirmar-se será mais uma aposta de futuro por parte dos britânicos, correndo Arensman o risco de ficar um pouco tapado devido à constelação de estrelas que vai encontrar, algo que não aconteceria na Team DSM, onde até já tem o seu espaço.

Para além da Jumbo-Visma há outra equipa muito atento às opções dentro da Ineos-Grenadiers, falamos da Movistar. Este mês a Gazzetta Dello Sport já mencionou o interesse da equipa espanhol num líder e num futuro líder dos comandados de Dave Brailsford. A confirmar-se qualquer um destes reforços seria um incrível upgrade face ao que a equipa espanhola tem neste momento no plantel, pois fala-se num possível regresso de Richard Carapaz (apesar do equatoriano ser claramente líder e com um grande bloco na Ineos) e no ingresso de Carlos Rodriguez, um enorme talento do ciclismo espanhol que a Ineos tem trabalhado nos últimos meses, já com resultados de notar em 2022. A Movistar sabe que tem de se reforçar bem para o próximo triénio e que Enric Mas não dá para tudo e Valverde não é eterno.




O último rumor que vamos mencionar hoje vem também de Itália e está relacionado com um ciclismo em expansão e um corredor que tem dado nas vistas em terras transalpinas. Depois dos resultados de Biniam Girmay as equipas World Tour estão a olhar com outros olhos para os ciclistas africanos, nomeadamente para os eritreus.

Natnael Tesfatsion, vencedor por 2 vezes na Volta ao Ruanda, corre neste momento pela Drone Hopper, mas tem chamado à atenção pela sua polivalência e irreverência. Em 2023 poderá reforçar a Trek-Segafredo, uma equipa habituada a integrar talentos de países com menor tradição no mundo do ciclismo. Neste momento tem 1 eritreu, 2 letões e há alguns anos era dos plantéis com mais diversidade de nacionalidades.

Por fim, o dia de descanso do Giro trouxe uma novidade importante para cima da mesa, esta mais do que confirmada pelos intervenientes. A partir do Tour a Alpecin-Fenix vai passar a ser Alpecin-Deceuninck na estrada e a equipa pretende o estatuto World Tour já em 2023, o que significa que muito provavelmente (é ainda preciso ver a situação financeira da Astana, por exemplo) vão descer 2 equipas do actual World Tour. Pelo ranking, neste momento, Israel-Premier Tech e Lotto-Soudal são as equipas em apuros e a época acabasse neste momento saíram do principal escalão do ciclismo mundial para dar lugar à Arkea-Samsic e à Alpecin-Fenix (futuramente Alpecin-Deceuninck

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