A saída de Michael Matthews da Team Sunweb não se pode propriamente considerar uma grande surpresa. É verdade que o sprinter dos Antípodas ainda tinha mais 1 temporada de contrato, até ao final de 2021, mas a sua “exclusão” do Tour deixava adivinhar este desfecho.
Pode-se ler no comunicado da equipa que Michael Matthews “indicou à equipa que a abordagem táctica aos sprints e às clássicas – uma forma mais variada, que tem como vantagem a força do colectivo – não se adequa ao seu perfil como ciclista nem à sua preferência de ser o corredor protegido como ciclista rápido. A evolução táctica da equipa levou a que Matthews pedisse para procurar novas oportunidades para 2020 noutra equipa. A equipa decidiu colaborar.”
Michael Matthews, de 29 anos, entrou na Team Sunweb em 2017, depois de 4 temporadas na Orica-Greenedge. Ao serviço da formação alemã conquistou 12 triunfos até ao momento, todos no World Tour, o que mostra bem o valor do australiano. Ganhou 2 tiradas no Tour em 2017, competição da qual está ausente este ano, depois da equipa optar por levar Cees Bol, mesmo estando Matthews em grande forma, como se viu na recente Bretagne Classic, que venceu com autoridade.
Matthews é um corredor extremamente completo e com o percurso do Tour este ano tinha aspirações legítimas à camisola verde, além do bom sprint final passa as subidas como poucos sprinters, basta ver que até já ganhou o duríssimo G.P. Montreal. O ciclista de 29 anos já tinha saído da Orica (actual Mitchelton) de uma forma pouco airosa, numa altura em que tinha deixado de ser um pouco o centro das atenções, com a Orica a apostar nas Grandes Voltas. Para além disso havia a rivalidade interna com Simon Gerrans. Agora resta saber o destino de Matthews, estará na calha um regresso à Mitchelton?