Estes 213 quilómetros entre Vasto e Melfi conferiam a 3ª etapa mais longa deste Giro e logo à partida se viu que os ciclistas estavam à espera de um dia que seria claramente dividido em 2 partes, uma primeira bem acessível e provavelmente aborrecida e uns quilómetros finais animados por 2 contagens de montanha que serviriam para, eventualmente, reduzir o pelotão.
Sem grandes pontos de interesse no percurso, apenas 2 elementos da ProTeam Corratec se aventuraram na frente da corrida, o italiano Alexander Konychev e o sérvio Veljko Stojnic. O duo atingiu 7 minutos de vantagem, altura em que a Jayco-AIula e a Trek-Segafredo mostraram ao que vinham, começaram a controlar com facilidade a diferença em prol de Michael Matthews e Mads Pedersen, respectivamente. O ritmo foi aumentando progressivamente e Filippo Zana fez um trabalho incrível, deixando muitos sprinters para trás, Mark Cavendish ou Jonatham Milan perderam o conctacto e até Magnus Cort perdeu alguns segundos.
Na parte final da subida perfilaram-se 2 candidatos à camisola da montanha, Thibaut Pinot sprintou diante de Santiago Buitrago para tentar garantir a camisola azul no final do dia. A Jayco já só tinha Callum Scotson para trabalhar e na segunda subida valeu uma aceleração final que a Ineos-Grenadiers fez para iniciar a descida na frente para deslocar Mads Pedersen e Brandon McNulty, que passaram no alto já com 15 segundos de atraso, enquanto um grupo perseguidor maior seguia a cerca de 1 minuto, com sprinters como Cort ou Marit.
A Trek-Segafredo uniu-se em redor do seu sprinter e com a ajuda de 3 colegas o dinamarquês conseguiu reentrar a cerca de 20 kms da meta, numa fase já de descida. Os incidentes (avarias/pequenas quedas) foram-se acumulado nas estradas italianas molhadas e João Almeida viu-se envolvido numa pequena queda que o obrigou a recuperar, foi uma altura em que Brandon McNulty foi muito importante para a recolagem do ciclista português.
Ficou a Jayco encarregue pela aproximação à parte final, já depois de Remco Evenepoel ter ido buscar 3 segundos e Primoz Roglic 2 nas bonificações. Depois foi a Trek-Segafredo a tentar montar o comboio possível para Mads Pedersen, com Skujins a lançar o dinamarquês para um final agonizante em subida onde Michael Matthews mostrou-se o mais forte ao aguentar a carga final de Mads Pedersen para vencer a 3ª etapa deste Giro 2023. Kaden Groves ainda foi 3º, diante de Vincenzo Albanese e do seu colega Stefano Oldani.
Remco Evenepoel mantém a liderança e até a alargou ligeiramente face aos rivais devido à bonificação que somou e na classificação geral João Almeida aproveitou para subir ao 2º lugar da classificação geral ultrapassando Filippo Ganna.