A etapa rainha deste Giro d’Itália tinha tudo de especial: partida beem cedo, pouco depois das 9 horas da manhã, mais de 220 quilómetros, subidas míticas e muita dureza. Mal se deu o tiro de partida, 12 ciclistas saltaram para a frente de corrida, destacando-se Simone Velasco e Lilian Calmejane, num grupo onde não existiam grandes trepadores. Sem ninguém na frente, a Cofidis assumiu a perseguição no pelotão, e apesar da diferença ter superado os 3 minutos, os ataques não pararam no pelotão.
Ainda antes da segunda subida do dia, mais ataques, com cerca de 45 ciclistas a saírem do grande grupo. Praticamente um pelotão à frente do verdadeiro pelotão! Os grupo uniram-se no Colle San Zeno, onde Scaroni e Geschke lutaram pelos pontos da montanha. Seguiu-se uma rápida descida, cortes no grupo e ficaram na frente Bayer, Ballerini, Scaroni, Wood, Pellizzari e Tonelli. O Mortirolo ainda demorou a chegar e este quinteto foi ganhando tempo para o grupo perseguidor, entrando na temível subida com 2 minutos de diferença, com o pelotão liderado pela UAE Team Emirates a 4 minutos.
Scaroni e Pellizzari eram os melhores trepadores do grupo e ficaram isolados na frente e, com diferenças curtas, Nicola Coni conseguiu fazer a ponte para a frente ainda na subida. No topo, mais pontos para Scaroni que começava a dar um salto importante na classificação da montanha. Mais uma longa descida feita e, no final, nova junção de grupos. Ficavam na frente 18 ciclistas, entre os quais, Narvaez, Scaroni, Geschke, Steinhauser, Lopez, Quintana, Alaphilippe, Valter e Storer.
Ainda antes da entrada na subida do Passo di Foscagno, estava um sprint intermédio localizado num pequeno topo e, sem organização e, de forma expectável, a fuga dividiu-se, ficando na frente Narvaez, Conci, Geschke, Steinhauser, Quintana, Alaphilippe, Piganzoli, Valter, Storer e Covilli. 24 quilómetros para o fim, 10 ciclistas na frente e o já muito reduzido pelotão estava a 3:10, sempre liderado pela UAE Team Emirates. Ainda no primeiro quilómetro de subida, novo ataque, desta vez com Steinhauser a isolar-se na frente. Os perseguidores não se organizavam e foi Quintana quem fez a perseguição mais direta ao alemão, conseguindo apanhá-lo a 4 quilómetros do topo, a 13 quilómetros do fim. Não durou muito a companhia, com Quintana a partir em solitário pouco depois.
Atrás, nos favoritos, 14 quilómetros para o fim, aceleração de Rafael Majka e ataque de Tadej Pogacar! O líder do Giro atacava e apenas Daniel Martinez esboçou uma resposta ao esloveno, ficando intermédio entre este e os restantes favoritos, até voltar a ser apanhado. Um a um Pogacar foi apanhando os ciclistas da fuga, com exceção de Quintana que ainda passou no topo com 40 segundos de vantagem.
Essa diferença manteve-se na descida, últimos 4 quilómetros e 40 segundos para Pogacar recuperar. Não foi preciso esperar até ao final, já que o esloveno estava a voar e a 1900 metros do fim apanhou e deixou para trás Quintana. Exibição de força, brutal, já sem adjetivo de Pogacar que pedalou para a quarta vitória neste Giro! Quintana foi 2° a 29 segundos e Steinhauser ainda foi 3° … a 2:32. Bardet foi o melhor dos mortais, terminando a 2:47, Martinez e Thomas a 2:50, Rubio e O’Connor a 2:58. Na geral, Pogacar quase que dobrou a vantagem que tinha para Thomas! São agora 6:41 de vantagem para o britânico e 6:56 para Martinez.