Primeira etapa de montanha no Paris-Nice e a expectativa era muita para ver o primeiro grande duelo entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard depois do que aconteceu no Tour do ano passado e neste início de época. O vento fazia-se sentir com alguma intensidade e falava-se antes da jornada começar na possibilidade de cortes, as tradicionais “bordures”. O favoritismo de Pogacar e Vingegaard era tanto que algumas equipas sentiram a necessidade de lançar alguns trepadores bem posicionados na geral para a frente, uma forma alternativa de contrariar estes 2 “tubarões”.

Então a Ag2r tinha Larry Warbasse, a Israel-Premier Tech enviou Hugo Houle, a Lotto-Dstny incorporou Pascal Eenkhoorn e até a Intermarche-Wanty-Gobert mandou Lilian Calmejane (todos a menos de 3 minutos na geral), acompanhados de Jonas Gregaard, Anders Skaarseth e Maurice Ballerstedt. O receio do vento era justificado e por 2 vezes o pelotão esteve completamente partido, primeiro por iniciativa maior da UAE Team Emirates, depois pela aceleração da Groupama-FDJ. Ainda assim, nenhuma grande diferença se materializou e nem o grupo da frente perdeu muito tempo.




A fuga entrou nos 40 kms finais, já sem Ballerstedt, com 3 minutos para o pelotão neste fase já liderado pela UAE Team Emirates depois de um controlo inicial da EF Education First. Os últimos elementos da escapada foram apanhados à entrada dos últimos 15 kms, mesmo a tempo do sprint intermédio onde Tadej Pogacar foi buscar mais 2 segundos de bonificação. A Ineos-Grenadiers fez um incrível trabalho na aproximação e um ciclista da Arkea-Samsic tentou a sua sorte, só que rapidamente Felix Grossschartner chegou-se à frente, apanhou o ciclista da Arkea e começou a impor um ritmo muito forte.

O pelotão foi perdendo muitas unidades, incluindo nomes grandes como Jungels, Cort, Schachmann, Haig e Powless, antes do grande ataque de Jonas Vingegaard, que Tadej Pogacar seguiu com relativa facilidade. O esloveno não ajudou o dinamarquês, pararam e quem aproveitou foi David Gaudu, que ganhou 15 segundos num ápice. Depois foi Pogacar a lançar uma ofensiva fortíssima, que colocou Vingegaard a alguns metros, e o ciclista da Jumbo-Visma partiu mesmo o motor após alguma insistência.

Pogacar alcançou Gaudu e Vingegaard juntou-se a Gino Mader na tentativa de minimizar perdas para a frente da corrida. O ciclista da UAE Team Emirates acelerou a 300 metros da meta, Gaudu ainda tentou colocar-se ao lado, só que Pogacar não deu a mínima hipótese e conquistou a etapa e a camisola amarela. David Gaudu terminou logo a seguir e Gino Mader foi 3º, mas já a mais de meio minuto, enquanto Jonas Vingegaard foi somente 6º a 43 segundos do superlativo Tadej Pogacar, que tem agora 10 segundos para Gaudu e 44 para Vingegaard na geral.

 

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