A informação foi veiculada esta manhã pela página colombiana “Ciclismo em Grande” e apanhou muitos de surpresa, Nairo Quintana decidiu retirar-se depois de tudo o que aconteceu nos últimos meses. Obviamente que ainda falta a confirmação do colombiano de 32 anos, algo que irá acontecer na Quarta-Feira, segundo o “DHnet”, mas podemos assumir que existe uma probabilidade muito grande disso acontecer, geralmente onde há fumo, há fogo.
A carreira de “Nairoman” tem sido tudo menos um mar de rosas, veio para a Europa com a expectativa de ganhar grandes corridas e é preciso não esquecer que fez isso mesmo, nos livros ficará o registo de 6 pódios em Grandes Voltas, tendo conquistado o Giro em 2014 e a Vuelta em 2016 ao serviço da Movistar. Para além disso foi 2º no Tour em 2013, quando saltou para um estatuto de estrela da companhia, 2º no Tour em 2015, 3º no Tour em 2016 e 2º no Giro em 2017, já há mais de 5 anos que não sobe ao pódio de uma Grande Volta.
Para além disso, tem mais de 50 vitórias na carreira e quase metade foi no World Tour. Ganhou 8 etapas em Grandes Voltas, é dos ciclistas no activo que já deixou a sua marca no Giro, no Tour e na Vuelta, no entanto já não festeja no World Tour desde 2020. Um trepador puro, não saiu propriamente a bem da Movistar em 2019 e nos últimos anos na formação espanhola sempre foi muito criticado por já não dar garantias, apesar de ter sido durante muito tempo o principal opositor ao império da Team Sky no Tour.
Ingressou na Arkea-Samsic onde foi absolutamente crucial para a subida ao World Tour na equipa gaulesa por todos os pontos que somou no ciclo 2020-2022, não tendo prestações incríveis nas corridas de 3 semanas, fez mais de 2400 pontos em 3 anos. No final deste ano veio a público que deu positivo por Tramadol num controlo efectuado no Tour e foi desqualificado da corrida, perdendo assim o 6º posto conquistado na corrida francesa. Ficou sem contrato para 2023, e nas últimas semanas vieram alguns rumores a público sobre o seu ingresso na Astana ou na Corratec, tudo entretanto desmentido pelos responsáveis. Ainda foi convidado pela Team Medellin a juntar-se a Miguel Angel Lopez, mas alegadamente terá escolhido terminar a carreira como ciclista profissional à falta de melhores opções.
Estes têm sido tempos bastante complicados para o ciclismo colombiano, principalmente em termos de reputação com tudo o que tem acontecido à volta de Quintana e Lopez, mas também em termos de resultados. Passou de ser uma nação emergente, grande ameaça em grandes corridas, em 6º ou 7º no ranking, para ser ultrapassada, caindo para o 9º/10º posto. Higuita e Martinez ainda não chegaram ao nível dos previamente mencionados, Bernal esteve imenso tempo fora devido a uma grave queda, Chaves e Uran não são os mesmos de há 5 anos, Buitrago está a afirmar-se, mas tardam em confirmar o seu talento Einer Rubio, Ivan Sosa e Harold Tejada e o escalão sub-23 parece escassear em termos de grandes promessas.