Paris-Roubaix 1996 e um acontecimento histórico. A Mapei já tinha ameaçado em 1995, Franco Ballerini fez 1º e Johan Museeuw 3º, mas em 1996 fez mesmo o que muitos consideravam impensável, conseguir o pódio completo no “Inferno do Norte”. A actual estrutura da Quick-Step não só fez 1º, 2º e 3º, como também colocou Franco Ballerini na 5ª posição.
E esta foi mesmo uma corrida que fez jus à alcunha, o “Inferno do Norte”. 56 ciclistas finalizaram a corrida dos 184 que a começaram. A cerca de 90 quilómetros da meta um quarteto composto por Johan Museeuw, Franco Ballerini, Gianluca Bortolami e Andrea Tafi escaparam-se dos restantes. A colaboração entre eles foi perfeita, até porque pertenciam à mesma equipa, a Mapei. Ballerini furou pouco depois enquanto os outros 3 continuaram a sua caminhada até Roubaix
A vantagem foi crescendo e crescendo, no final era de 2:38 para o rival mais próximo, no caso Stefano Zanini, e 5:27 para o grupo seguinte, com Andrei Tchmil ou Viatcheslav Ekimov. A folga era tão grande que o patrão da Mapei ligou a Patrick Lefevere, na altura já director desportivo da Mapei, a escolher a ordem pela qual os ciclistas passariam na meta. Tafi discordou, mas já aceitou as ordens da equipa, mais parecendo uma corrida de F1 do que de ciclismo.
O escolhido para ganhar foi Johan Museeuw, seguindo por Bortolami e Tafi, não sem antes acontecer algo caricato. Como Museeuw foi o escolhido para ganhar os 2 colegas de equipa tiveram que esperar por ele quando o belga furou já perto da meta. A Mapei teria conseguido a “limpeza” dos 4 primeiros lugares não fosse os vários furos de Franco Ballerini, que foi “somente” 5º.
A imagem que ficou é icónica, o festejo do trio da Mapei quase em uníssono. Johan Museeuw viria também a sagrar-se campeão do Mundo de estrada nesse ano.