Um dos grandes focos da Amstel Gold Race 2005 estava na Rabobank. A equipa da casa queria desesperadamente triunfar no topo do Cauberg. Apesar dos pódios de Michael Boogerd em 2002, 2003 e 2004 a aposta da equipa recaia em Oscar Freire, o que não agradava nada a Boogerd, como fez questão de o demonstrar.

A escolha em Freire deveu-se ao incrível início de temporada do espanhol, averbando diversos triunfos incluindo o Tirreno-Adriatico e a Brabantse Plij, poucos dias antes da Amstel Gold Race. Freire já tinha experiência nesta corrida, tendo sido 14º em 2003 e 2004. Nesta altura a prova ainda terminava no Cauberg e foi novamente esse o palco de todas as decisões.

Apesar de alguns ataques, particularmente de um grupo composto por Steffen Wesemann, David Etxebarria, Mark Lotz e Karsten Kroon, tudo se juntou antes do Cauberg e um grupo de 30 elementos disputou aí o triunfo. A Rabobank assumiu novamente as despesas da corrida e Erik Dekker lançou-se ao trabalho, tal como Karsten Kroon.

Michael Boogerd apareceu na frente a 300 metros para a meta, com Freire na roda, mas a aceleração foi demais para a capacidade do espanhol, que começou a ceder terreno. Quem aproveitou foi Danilo di Luca, que ultrapassou Boogerd nos últimos 100 metros para vencer a Amstel Gold Race pela primeira vez na carreira, naquela que viria a ser a sua melhor temporada de sempre.

Mirko Celestino terminou em 3º, com Davide Rebellin em 4º e Oscar Freire apenas em 10º. Realçar ainda Alejandro Valverde, que na altura ainda com 25 anos entre na luta pela vitória, terminou fora do top 10. Danilo di Luca, que já tinha ganho a Vuelta ao País Basco ainda viria a somar ao seu palmarés a Fleche Wallonne e 2 etapas no Giro.

As declarações de Boogerd no final da prova foram tudo menos apaziguantes. “Não é um bom sentimento. Tentámos tudo para fazer um comboio e levar o Oscar à vitória. Não perdi o sprint, estava lá para o Freire. Ele disse que se sentia muito bem e quando assim é normalmente ele ganha. Ainda não falei com ele sobre o que aconteceu”.