Continuamos a recordar edições passadas das competições e voltamos a focar-nos na Milano-Sanremo. Nos últimos dois dias falamos de conquistas mais recentes de ciclistas italianos, desta vez, recuamos até 2005 para falar de mais uma, desta vez de Alessandro Petacchi.
Como sempre, a Milano-Sanremo fica marcada por uma fuga numerosa que anda na frente durante muitos e muitos quilómetros. Em 2005 não foi excepção e depois de mais de 240 quilómetros na frente, os escapados eram apanhados a 50 quilómetros do fim.
Cofidis, para Stuart O’Grady, e Fassa Bortolo, para Alessandro Petacchi, eram das equipas que mais trabalhavam e, nem ataques nos Tre Capi mudaram o figurino da corrida. Foi já no último dos três Capos que uma queda partiu o pelotão, deixando pouco mais de 40 ciclistas na frente.
A Cipressa passou-se sem ataques, numa subida feita em tempo recorde (9:30). A QuickStep tentou endurecer ao máximo a corrida, para Tom Boonen, com Paolo Bettini a lançar-se ao ataque por diversas vezes mas a Fassa Bortolo e a Rabobank impediam qualquer movimentação de ganhar vantagem considerável. Bettini ainda teve a companhia de Kashechkin no início do Poggio.
Angel Vicioso com um forte ataque ultrapassou estes dois já em pleno Poggio, antes de choverem ataques de nomes como Paolo Tiralongo, Alexandre Vinokourov, Davide Rebellin, Kim Kirchen e Franco Pellizotti. Alejandro Valverde liderou a perseguição descida abaixo, anulando estes últimos nomes a escassos 2000 metros do fim.
Laurent Brochard ainda tentou evitar um sprint, atacando à entrada do quilómetro final mas sem sucesso. Paolo Bettini apareceu na frente, Alessandro Petacchi estava na sua roda e, vendo isso, o veterano italiano abriu para o lado para destabilizar o sprinter da Fassa Bortolo. Petacchi ainda hesitou mas a 200 metros do fim arrancou para a meta com toda a vontade e, com um sprint vigoroso, venceu a Milano-Sanremo, com duas bicicletas de avanço para Danilo Hondo e Thor Hushovd.
Esta era uma vitória que Petacchi já perseguia há muitos anos e, aos 31 anos, era um peso que saía de cima dos seus ombros. Ao cruzar a meta, o italiano deu um grito de revolta, de raiva, do stress acumulado ao longo de todos os anos em que não conseguia vencer a “sua” clássica. 2005 acabou por ser a melhor temporada da carreira do transalpino que chegou à “La Primavera” com 11 triunfos, tendo até ao final do ano somado mais 13, incluindo 5 na Vuelta e 4 no Giro! 25 triunfos numa temporada!