A Amstel Gold Race de 2010 era, à partida, uma competição bastante aberta. Os últimos vencedores eram variados, tendo surgido não só com ataques no Cauberg mas também de longe, como já aqui recordamos. Um dos homens a ter em atenção era Philippe Gilbert, ele que dizia, desde o início da temporada, que a semana das Ardenas era o seu objetivo. Sergei Ivanov estava presente para defender o título.



A corrida teve a tradicional fuga, composta por ciclistas de equipas secundárias, com esta a ser alcançada a 30 quilómetros da chegada, depois de mais de 200 quilómetros na frente. Saxo Bank para os irmãos Schleck e BMC para o campeão do Mundo Cadel Evans foram das equipas que mais endureciam a corrida.

O Kruisberg via Marco Marcato lançar a primeira ofensiva entre os homens do pelotão, tendo recebido resposta pronta de Andy Schleck, a quem se juntaram Philippe Gilbert, Damiano Cunego, Fränk Schleck, Johnny Hoogerland, Vincenzo Nibali, Roman Kreuziger e Alexandr Kolobnev. Este era um grupo perigoso e, por isso, o pelotão tratou de anular a ofensiva.

Depois surgiu Sergei Ivanov. O vencedor de 2009 estava com ideias e atacava na companhia de Jurgen van den Broeck, que ficava para trás no Keutenberg. Os alarmes tocavam no pelotão e Philippe Gilbert fazia a ponte para a frente, com Cadel Evans a vir logo de seguida. Faltavam 12 quilómetros e Ivanov voltava à carga em nova subida, deixado Gilbert para trás.



O belga não desistiu e quando voltou a apanhar o campeão russo deixou para trás. Na sua perseguição estavam Cunego, Kolobnev e Fränk Schleck que viriam a apanhar os dois ciclistas que estavam na frente rapidamente. Mal se uniu o grupo saiu Kolobnev. Não havia colaboração e formava-se um grupo de 30 ciclistas na perseguição ao russo da Katusha.

O trabalho da Rabobank surtiu efeitos, já que o russo era apanhado em pleno Cauberg, perante uma multidão enorme. Os principais galos estavam na frente, com Gilbert a controlar tudo de “camarote”. O belga esperou, respondeu a um ataque de Bert de Waele, e a 300 metros da chegada arrancou com uma facilidade tremenda. O ciclista da Omega Pharma-Lotto abriu logo um espaço enorme, que nunca mais foi fechado.



Gilbert teve mais que tempo para celebrar, naquela que era a primeira vitória da Omega Pharma-Lotto em 8 meses! Era, também, o primeiro triunfo de Philippe Gilbert na Asmtel Gold Race, o começo de uma grande história, uma vez que o belga ainda iria vencer a clássica holandesa por mais 3 ocasiões na sua carreira. Ryder Hesjedal foi um surpreendente 2º classificado, à frente de Enrico Gasparotto.

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