As clássicas das Ardenas têm características diferentes e, portanto, muitas vezes vemos corredores diferentes a ganhá-las, mas como vimos no ano passado, quando um ciclista de topo está na sua melhor forma como aconteceu com Jakob Fuglsang, nada é impossível. O dinamarquês terminou no pódio da Amstel Gold Race, Fleche Wallonne e Liege-Bastogne-Liege, tendo estado próximo de conquistar as 3. Na história do ciclismo só há 2 corredores que alcançaram tal feito. O primeiro foi o incontornável Davide Rebellin em 2004 e a segunda tripla das Ardenas aconteceu em 2011.




Falando da história, houve mais ciclistas a ganhar as 3 provas, mas em anos separados, falamos de Michele Bartoli, Bernard Hinault e Eddy Merckx. Curiosamente Alejandro Valverde conquistou Fleche e Liège em 2006, 2015 e 2017, nunca tendo conquistado a Amstel Gold Race. E Eddy Merckx, que é o ciclista na história com mais clássicas as Ardenas conquistadas com 10, em 1972, 1973 e 1975 também fez dobradinha, nunca o hat-trick.

Philippe Gilbert sempre teve na Amstel Gold Race a sua praia, ganhou em 2010 e repetiu o triunfo em 2011. A corrida foi muito agressiva e chegou um grupo muito reduzido ao Cauberg, Andy Schleck ainda ameaçou só que Gilbert contou com um Jelle Vanendert incansável no seu apoio. No Cauberg Gilbert resolveu, não obstante a forte oposição de Joaquin Rodriguez, com Simon Gerrans a fechar o pódio.

Seguiu-se a Fleche Wallonne e o filme repetiu-se. Philippe Gilbert conseguiu derrotar Joaquin Rodriguez no Mur de Huy, numa subida que até se adapta melhor às características do espanhol. Na altura com Samuel Sanchez em 3º começou a especular-se, será que Gilbert conseguiria repetir o feito de Rebellin? É que ainda faltava a Liège-Bastogne-Liège, uma clássica mais para voltistas e a mais dura das 3.




A Leopard Trek tinha uma das equipas mais fortes e sabia que tinha de fazer alguma coisa. A 22 kms da meta partiu a corrida por completo e os irmãos Schleck lançaram-se ao ataque, só Philippe Gilbert os conseguiu acompanhar. Este trio apanhou o resto da fuga do dia e só Greg van Avermaet logrou seguir na roda. No Cote de Saint Nicolas finalmente Greg van Avermaet descolou e Gilbert até chegou a atacar apesar de estar em inferioridade numérica e ganhou uns metros aos irmãos Schleck.

Tudo viria a ser resolvido no sprint final, que foi uma mera formalidade para Philippe Gilbert, cruzando a linha de meta para um feito histórico diante de Frank Schleck e Andy Schleck. O que Gilbert fez nesta semana foi muito especial, foi apenas o 2º na história depois de Davide Rebellin a fazê-lo como já referimos, mas foi ainda mais especial porque na semana anterior tinha vencido a Brabantse Pijl diante de Bjorn Leukemans, tornando-se assim no primeiro ciclista a conquistar o “poker” das Ardenas.




By admin