2012 marcou o regresso de Tom Boonen ao seu melhor nível. O ciclista belga “limpou” tudo até chegar ao Paris-Roubaix e a sua tarefa ficou mais facilitada com a desistência no seu eterno rival Fabian Cancellara no Tour de Flandres, vítima de queda. Mas nem isso retira mérito à prestação de Tom Boonen.
É que o corredor da Quick-Step, na altura com 31 anos, venceu a E3 Harelbeke e a Gent-Wevelgem ao sprint e só perdeu a Omloop para um superlativo Sep Vanmarcke. De seguida realizou uma exibição muito perspicaz no Tour des Flandres para derrotar Pozzato e Ballan. Procurava no Paris-Roubaix a 2ª dobradinha de Monumentos da sua carreira, depois de a ter conseguido em 2005.
Tanto Boonen como a equipa (recheada de grandes nomes como Chavanel, Terpstra ou Vandenbergh) chegavam cheios de confiança, mas também com a certeza que seriam o alvo a abater, principalmente por uma BMC que tinha Burghardt, Ballan, Hushovd, Phinney e Hincapie. A Team Sky de Juan Antonio Flecha também trabalhou muito e até seriam os primeiro a lançar um ataque sério, com resposta da Quick-Step.
A formação belga conseguiu manter a corrida controlada até ao sector de Orchies, onde lançaram o caos. Boonen acelerou, apenas Pozzato o conseguiu seguir, o duo apanhou Turgot que seguia na frente e Ballan e Terpstra conseguiram fazer a ponte para a frente, a cerca de 60 kms da meta. O momento decisivo surgiu 2 kms depois, quando Pozzato quis obrigar Ballan e Turgot a passar pela frente. Terpstra e Boonen, companheiros de equipa, ganharam uns metros, e o resto é história.
A 52 kms do final o ritmo de Boonen foi demasiado para Terpstra e o campeoníssimo belga começou um contra-relógio até à meta, que viria a ser bem sucedido, não obstante os intentos da Sky e da BMC. Uma perseguição que foi prejudicada pelas quedas de Hushovd e Pozzato. Boonen terminou com mais que tempo para festejar no velódromo de Roubaix a sua 4ª vitória nesta prova, aquela que viria a ser a última. Atrás, Sebastian Turgot conseguiu o melhor resultado da carreira, terminando no 2º posto diante de Alessandro Ballan.
Este Paris-Roubaix foi mesmo o último Monumento de Tom Boonen, ele que terminou a carreira em 2017 e esta foi também a sua última grande Primavera. Em 2013 teve problemas de lesões e nos anos posteriores também teve de enfrentar uma nova geração neste tipo de provas, que lhe apresentaram outro tipo de desafios, bem como um Cancellara no seu auge.