Antes de se transformar num candidato à vitória nas Grandes Voltas, Geraint Thomas era um ciclista muito diferente. Os resultados mostravam a sua tremenda polivalência para qualquer tipo de terreno, pois tanto estava na luta pelo Tour Down Under, como pelas clássicas do empedrado como o Tour de Flandres. O ponto alto da sua carreira nesta vertente surgiu a 27 de Março de 2015.
E3 Harelbeke: a armada da Etixx-QuickStep, Fabian Cancellara, Peter Sagan e Greg van Avermaet partiam como os principais favoritos para mais uma clássica do Norte. Uma corrida que ficou, inicalmente, marcada pela queda e abandono de Fabian Cancellara, uma queda que viria a ser fatal pois o suíço terminava aqui a sua época de clássica de 2015.
Daniel Oss e Sep Vanmarcke marcaram as principais ofensivas no pelotão, com ataques no Taaienberg e no Paterberg. Sendo já habitual, a seguir ao Paterberg, surge o Oude Kwaremont. Marcus Burghardt trabalhou na parte mais fácil da subida, antes de um forte ataque de Geraint Thomas. O britânico teve a companhia de Zdenek Stybar e de Peter Sagan. Faltavam 40 quilómetros mas a movimentação decisiva estava feita.
A BMC tentou de tudo para Greg van Avermaet, trabalhando no pelotão, mas o trio da frente entendeu-se muito bem, com a diferença a chegar aos 55 segundos, onde rondou a maioria dos quilómetros. A 4400 metros do fim surgiu o ataque decisivo. Thomas colocou-se na parte de trás do grupo e surpreendeu os seus rivais com um forte ataque. Foi Peter Sagan que tentou responder, mas o campeão eslovaco viu o seu motor rebentar e, quando Zdenek Stybar se colocou na frente, já era tarde para fazer a ponte.
Usando a sua capacidade de contra-relogista, Geraint Thomas fugiu para a sua vitória mais importante em provas de 1 dia. Zdenek Stybar ainda foi 2º, com Matteo Trentin a ganhar o sprint no grupo dos favoritos, depois de Peter Sagan ter sido alcançado, o que fez com que a Quick-Step fizesse 2º e 3º.
Uma vitória fantástica do britânico da Team Sky, mostrando toda a sua superioridade. Iniciou a movimentação decisiva e ainda conseguiu “descarregar” os seus rivais na parte final. Este foi o seu momento alto em provas de um dia e, a partir daqui, Thomas começou a focar em provas por etapas, sendo que no ano seguinte ganhava a Volta ao Algarve e o Paris-Nice, numa mudança que foi culminada com o triunfo no Tour de France de 2018.