Em 2016 o Giro começou de Apeldoorn na Holanda, com um contra-relógio de 9800 metros. A expectativa era muita, até porque um dos favoritos era Tom Dumoulin, que chegava a este Giro com 8 vitórias em contra-relógio no seu currículo, incluindo a 17ª etapa da Vuelta 2015.
Mas a concorrência era muita, a curta distância abria as portas a muitos corredores e também na lista de partida estava Fabian Cancellara. Foi um companheiro de Tom Dumoulin a estabelecer o primeiro registo de referência, com Tobias Ludvigsson a parar o relógio em 11:11. O sueco só foi retirado do primeiro lugar quando chegou um desconhecido esloveno, de nome Primoz Roglic.
Na altura Roglic estava na sua primeira temporada ao serviço da LottoNL-Jumbo, tinha feito 5º na Volta ao Algarve, mas poucos o consideravam um favorito para esta etapa. Os 11 minutos e 3 segundos que demorou a cumprir o percurso, a uma média superior a 53 km/h não mentiram, o potencial era tremendo. Os tempos foram caindo e Roglic não saia da liderança, só 1 ciclista mostrou capacidade para isso: Tom Dumoulin.
Apoiado pelos milhares de holandeses na estrada, parecia que Dumoulin não iria conseguir, quando cruzou a linha de meta, marcou 11:03, igual a Roglic. Era imenso o suspense, a vitória acabou por cair para Dumoulin, decidido por décimos de segundo. O holandês ficou com a rosa e acabaria por guardá-la até à 7ª etapa, abandonando a prova ao 11º dia, o grande objectivo estava nos Jogos Olímpicos, onde ficou com a medalha de prata.
Foi a grande revelação de Primoz Roglic ao mais alto nível, ele que neste momento é um dos melhores ciclistas do Mundo nas provas por etapas. A grande desilusão nesse dia foi Fabian Cancellara, que num percurso perfeito para ele não conseguiu fazer melhor que 8º. Uma grande prestação da Giant-Alpecin, que logrou colocar 4 ciclistas nos 13 primeiros. Curiosamente Marcel Kittel terminou em 5º e Andrey Amador em 3º, duas agradáveis surpresas.
Este Giro viria a ser emocionante, com Nibali a ganhar à frente de Chaves e Valverde, com muitas reviravoltas.