O Giro d’Itália de 2016 entrava na sua reta final. Faltavam 3 etapas para o seu término em Turim, mas ainda faltavam duas duríssimas etapas de montanha. Um Giro cheio de voltas e reviravoltas, etapas espectaculares, finais emocionantes, ciclismo de ataque e muitas mudanças na liderança da prova. Steven Kruijswijk seguia de maglia rosa com uns confortáveis 3 minutos de vantagem para Esteban Chaves. O holandês estava na forma da sua vida e tudo corria na perfeição.
Corria, dissemos bem … Até ao topo do Colle del’Agnello o ciclista da LottoNL-Jumbo estava no controlo das operações, respondeu muito bem aos ataques dos seus rivais e seguia com Vincenzo Nibali e Esteban Chaves, os seus mais diretos rivais. Kruijswijk calculou mal a trajetória numa curva e bateu, violentamente contra uma parede de gelo e ficou muito mal-tratado.
Muitos adversários passaram por ele e o atraso já era considerável quando voltou a montar na bicicleta. Para complicar a situação, depois da descida do Colle del’Agnello estava, ainda, a subida para Risoul. Vincenzo Nibali via, aqui, uma oportunidade de ouro e, após diversos ataques, deixou os seus rivais para trás e começou a pedalar para uma remontada épica. A etapa era dele, aproximava-se da camisola rosa, que no dia seguinte viria a ser sua após mais uma etapa de antologia do Tubarão de Messina. 4:43 recuperados em duas etapas, aos quais ainda acrescentou 52 segundos!
Voltando à personagem principal desta etapa, o azarado Steven Kruijswijk cruzava a meta a 4:54, perdendo a liderança da prova por pouco mais de um minuto para Esteban Chaves e caindo para o 3º lugar da geral. Sem forças e em evidentes dificuldades físicas, o holandês estava frustrado pois sabia que tinha perdido a oportunidade de uma vida. As mazelas mantiveram-se e, no dia seguinte, viria a sair do pódio, terminando este Giro no 4º posto. Inglório.