Um verdadeiro conto de fadas este Paris-Roubaix 2016. Quase com 38 anos Mathew Hayman chegava ao Paris-Roubaix sem qualquer expectativa. Ele sabia disso, a equipa sabia disso e os rivais sabiam disso. E não era pela falta de qualidade, afinal de contas já tinha feito top 10 nesta prova em 2011 e 2012. Mas quando se parte o braço a 6 semanas do Paris-Roubaix é complicado sonhar alto.




A queda aconteceu na Omloop het Nieuwsblad, a 27 de Fevereiro, mas nem por isso Hayman desistiu. Assim que pôde começar a treinar em casa, mesmo com o braço engessado. Usou os rolos, que agora em tempos de confinamento tanto estão na moda, e o Zwift para ter uma motivação extra. Ainda acumulou alguns quilómetros 1 semana antes do Monumento, na Vuelta a Rioja e no G.P. Miguel Indurain.

A corrida foi louca e extremamente aberta, a fuga demorou cerca de 60 kms a formar-se e acabou por ficar um grupo muito grande na frente, onde estava Hayman. As equipas dos favoritos nunca permitiram grande vantagem, 4 minutos no máximo, e a corrida mudou faltava ainda 115 kms para a meta. Uma queda partiu o pelotão, com a Sky, Quick-Step e Lotto-Jumbo na frente. Como Cancellara e Sagan, 2 dos grandes favoritos à partida, estavam para trás, o ritmo acelerou substancialmente.

A fuga foi apanhada a 65 kms da meta e a diferença entre os 2 grupos principais manteve-se reduzida, aumentando a emoção da corrida. A Sky perdeu elementos devido a uma queda e no sector de Mons-en-Pevele tudo mudou de novo, Vanmarcke atacou na frente e teve a companhia apenas de Hayman, Boonen, Boasson Hagen, Stannard, Rowe, Erviti, Haussler, Saramotins e Sieberg enquanto Cancellara caiu e acabou com as suas possibilidades, e de Peter Sagan também.




A 20 kms da meta a Sky atacou deixando na frente somente Stannard, Boonen, Vanmarcke, Hayman e Boasson Hagen. No Carrefour de l’Arbre Vanmarcke atacou e ainda ganhou alguma vantagem, Hayman chegou a perder o contacto, mas tudo voltou à forma original para uns quilómetros finais tensos, repletos de ataques. Foram Hayman e Boonen que ganharam espaço, sendo apanhados dentro do velódromo.

O sprint foi estranhíssimo, ninguém tinha energia propriamente para sprintar e quem saiu por cima foi um sobrevivente da fuga do dia, algo raro de se ver. Mathew Hayman bateu o super favorito num sprint, Tom Boonen, com Ian Stannard a ficar em 3º. A média foi superior a 43 km/h e Hayman nem queria acreditar que tinha acabado de somar o maior triunfo da carreira quando 1 mês antes tinha o braço engessado. Também foi a última grande oportunidade para Tom Boonen somar o seu 5º Paris-Roubaix.

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