O Giro 2017 foi uma prova muito interessante, mas que só aqueceu à 9ª etapa, quando Nairo Quintana venceu no Blockhaus à frente de Thibaut Pinot e Tom Dumoulin. O holandês viria a tomar conta da corrida no dia seguinte, passando para a camisola rosa por mais de 2 minutos de avanço no contra-relógio individual.



Ao 14º dia Dumoulin deu uma enorme prova de força ao ganhar em Oropa e à partida para a 16ª etapa, com passagem pelas subidas do Mortirolo, Stelvio e Umbrail, os rivais tinham de arriscar se quisessem destronar o ciclista da Team Sunweb. Realisticamente tinham 4 etapas para retirar 4 a 5 minutos a Dumoulin.

A esperança dos seus rivais reacendeu no final da descida do Passo dello Stelvio. Dumoulin tinha aguentado com os melhores esta mítica subida e à frente do grupo do camisola rosa circulavam Jan Hirt, Steven Kruijswijk (o único destes 3 no top 10) e Mikel Landa. Só que a 32 kms da meta subitamente o holandês encostou e começou a despir o equipamento de forma inusitada. Uma urgência fisiológica obrigou Dumoulin a parar e a perder imenso tempo e o pior é que já não lhe restavam colegas para o ajudar.



O camisola rosa cedeu 1m30s e depois de alguma hesitação a Bahrain-Merida de Vincenzo Nibali pegou na corrida. O “Tubarão de Messina” atacou diversas vezes até que apenas Quintana o conseguiu acompanhar no Umbrail Pass, enquanto Landa deixou os seus colegas de fuga para trás. Nibali deixou Quintana para trás na descida e apanhou Landa. Num sprint a 2 verdadeiramente de loucos foi Nibali a superar Landa, com Quintana a chegar a 12 segundos.

Tom Dumoulin realizou um fenomenal contra-relógio de 32 kms, completamente sozinho, para perder apenas 2:18 para Nibali, mantendo a camisola rosa por 31 segundos sobre Nairo Quintana, mostrando fibra de campeão. Dumoulin viria a sobreviver a Piancavallo e Asiago, partindo para o contra-relógio final a 53 segundos do colombiano. Essa diferença foi revertida e o holandês pôde festejar a sua primeira Grande Volta da carreira, e única até agora, com 31 segundos sobre Quintana e 40 sobre Nibali.



Uma coisa é certa, a paragem forçada de Dumoulin a meio da etapa ficará na memória de muitos amantes da modalidade durante muitos anos.

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