Mais dia menos dia, esta altura em qualquer ano é tempo para a Milano-Sanremo. A 17 de Março de 2018 disputou-se a 109ª edição da “La Classicissima”. Os sprinters e alguns puncheurs eram, como sempre, os grandes favoritos à vitória. No ano anterior, Michal Kwiatkowski tinha triunfado num grupo restrito e os homens rápidos estavam com “sede” de vitória.
A história da corrida é fácil de explicar. Uma numerosa fuga andou na frente mais de 250 quilómetros, sendo apanhada antes das duas principais subidas da Milano-Sanremo, Cipressa e Poggio. Se na Cipressa não houve mexidas, apenas um endurecimento do ritmo, o Poggio foi bem diferente.
Dia de “La Classicissima”, 294 kms entre Milão e San Remo, com condições climatéricas adversas. A habitual fuga formou-se bem cedo, este ano com Mirco Maestri, Lorenzo Rota, Evgeny Koberniak, Guy Sagiv, Dennis van Winden, Sho Hatsuyama, Charles Planet, Matteo Bono e Jacopo Mosca. Estes 9 ciclistas chegaram a ter mais de 7 minutos de avanço, diferença que começou a diminuir quando Team Sky, Bora-Hansgrohe e Quick-Step Floors se chegaram à frente.
Foi a Bora-Hansgroghe que entrou a forçar o ritmo para o campeão do Mundo Peter Sagan. Surgiram pequenos ataques, entre os quais Jempy Drucker, levando novas equipas a assumir a perseguição. Apareceu a Bahrain-Merida. e aqui começou a decidir-se a corrida. A equipa árabe lançou Nibali na frente, numa resposta a um ataque de Krists Neilands. Nibali deixou o campeão letão para trás e ganhou um espaço grande, passando no topo com cerca de 10 segundos sobre um pelotão reduzido.
Na descida, Matteo Trentin lançou-se na perseguição e aproximou-se bastante de Nibali no entanto o italiano foi alcançado na fase plana, com o Tubarão de Messina a entrar com 6 segundos de vantagem no derradeiro quilómetro. A Quick-Step perseguiu na parte final, mas nem isso foi suficiente para Vincenzo Nibali perder esta Milano-Sanremo, num final verdadeiramente incrível e emocionante. Caleb Ewan fez um sprint vigoroso e poderoso, mas teve de se contentar com o 2º posto, ao passo que Arnaud Demare foi 3º.
Uma vitória impressionante no ciclista italiano quando ninguém o fazia prever! Um ataque na altura exata, mostrando a leitura de corrida perfeita de Vincenzo Nibali. Há bastante tempo que um ciclista não chegava sozinho à meta, em Sanremo, e Nibali conseguiu esse feito. Uma dentada perfeita do Tubarão! Um ano de 2018 que foi discreto mas que teve aqui o seu ponto alto, com o, na altura, ciclista da Bahrain-Merida a somar o 3º Monumento da carreira, depois dos 2 Giros di Lombardia em 2015 e 2017.