Já aqui falámos do Giro 2018 nesta série. Recordámos há alguns dias o duelo no Zoncolan entre Yates e Froome, que dava os seus primeiros sinais de recuperação. O que é certo é que no dia seguinte o ciclista da Mitchelton-Scott deu outra sapatada na competição, ganhou com 41 sobre Dumoulin e 1:32 sobre Froome.
Pelo meio intrometeu-se o dia de descanso, com Yates a conseguir uma boa defesa logo a seguir no contra-relógio. Partiu para as últimas 3 etapas de montanha com Tom Dumoulin a 1 minuto, aquele que parecia ser o seu único rival. Em Prato Nevoso, na 18ª etapa, surgiram os primeiros sinais de fraqueza. Mesmo ajudado por Mikel Nieve cedeu 28 segundos para Dumoulin, Froome e Pozzovivo, 42 para Miguel Angel Lopez.
Mais do que isso, deu confiança aos seus rivais e a 19ª etapa tinha no meio o mítico Colle delle Finestre. O Giro tinha de ser jogado aí, e foi jogado aí. A Team Sky assumiu a corrida, arriscou e cedo Simon Yates começou a mostrar debilidade, ficou para trás e começou a ceder minutos atrás de minutos. O problema para Froome era que ainda tinha de ganhar 3 minutos a Tom Dumoulin.
Kenny Elissonde, resguardado para este dia, continuou a desfazer completamente o grupo dos favoritos e a 80 kms surgiu o ataque fulminante de Chris Froome. O britânico seguiu sozinho, sem resposta, enquanto Dumoulin tinha na roda Pinot, Lopez e Carapaz. A diferença foi subindo e subindo, e a 35 kms da meta já Froome estava com a camisola rosa virtual.
Froome continuou o seu longo contra-relógio até à meta, alimentando-se bastante pelo caminho, num ataque altamente planeado. Terminou com 3 minutos sobre Carapaz e 3:20 sobre Dumoulin, e assim passou para a camisola rosa por 40 segundos quando faltava apenas 1 jornada de montanha. No penúltimo dia de competição Dumoulin tudo tentou, mas foi em vão e o Giro 2018 foi mesmo para Chris Froome.
Foi um dia cruel para Simon Yates (depois tudo o que fez neste Giro), acabaria por ceder mais de 30 minutos, completamente sem energia. Épico também foi o comentário de George Bennett depois da etapa (“did a Landis”, relembrando o que Landis fez no Tour em 2006) , surpreendido por Froome ter conseguido aguentar a perseguição dos seus rivais.