Dia 27 de Agosto, para surpresa de muitos, a Aqua Blue Sport, equipa do escalão Profissional Continental, anunciava que não iria candidatar-se a uma licença para este escalão. As questões levantaram-se de imediato. Então, mas vão passar para o escalão Continental em 2019? Não, a equipa ia mesmo acabar no final de 2018. Um projecto que começou em 2017, acabaria mesmo no final do ano seguinte, cumprindo 2 anos na estrada.
Num comunicado, a Aqua Blue Sport justificou este desfecho com dois pilares fundamentais. Primeiro, o facto de ter sido muito complicado, cada vez mais complicado, obter convites e o reconhecimento dos organizadores de provas WT, para dar mais visibilidade e projecção à equipa. Por outro lado, houve a fusão falhada com a Verandas Willems que falhou. Recordamos que há algumas semana ocorreu um episódio no mínimo inusitado. A Aqua Blue Sport anunciou um acordo para a fusão da formação irlandesa com a Verandas Willems, num projecto ambicioso, que incluis Wout van Aert. Mas, ao que parece, seria somente um princípio de acordo, a equipa belga e Wout van Aert vieram a público negar tudo, a confusão estava lançada, a Aqua Blue Sport precipitou-se e o negócio foi por água abaixo.
Muitos se lembrarão, certamente, do triunfo de Stefan Denifl na 17ª etapa da Vuelta, em Los Machucos, quando o carismático austríaco entrou na subida final com praticamente 1 minuto de avanço e aguentou a carga final do pelotão. Foi esse o momento de brilhantismo que salvou um pouco a Vuelta (primeira e única Grande Volta) da Aqua Blue, que viria a terminar no último lugar da classificação colectiva, a mais de 9 horas da frente. Em 2017, a primeira vitória surgiu somente em Junho, fruto de Larry Warbasse, que 2 semanas mais tarde viria a ser campeão nacional. A figura de final de temporada foi Stefan Denifl, ao levar para casa a Volta a Áustria e uma incrível etapa na Volta a Espanha. Este ano, a formação irlandesa voltou a marcar presença na Volta a Suiça, mas foi preterida na Volta a Itália por uma Israel Cycling Academy (que geograficamente e financeiramente fazia sentido) e na Vuelta pelas formações espanholas e por uma Cofidis que é também patrocinadora da prova em causa. O número de vitórias foi o mesmo de 2017, 4. Lasse Norman Hansen foi o que mais somou (etapas no Herald Sun Tour e na Volta a Dinamarca), enquanto que Adam Blythe e Conor Dunne (nos Nacionais) também picaram o ponto.
E porque estamos já a fechar a conta de vitórias da Aqua Blue Sport se a temporada ainda não terminou? Pois bem, a Aqua Blue Sport já não vai competir mais em 2018, tendo cancelado a sua participação no Tour of Britain após mais um volte-face surpreendente. O CEO da equipa, Tim Timmerman informou os ciclistas que eles eram livres para procurar uma nova equipa e que os seus salários eram incertos para os próximos meses, justificando a ausência do Tour of Britain precisamente por terem estabelecido prioridades, e o pagamento dos honorários aos ciclistas é uma delas. Timmerman informou também, segundo o site Cyclingnews, que os ciclistas podiam participar nas provas que quisessem, mas teriam de suportar todos os custos inerentes a isso. Entretanto a organização do Tour of Britain já substituiu a Aqua Blue Sport, convidando a Team Wiggins (equipa que brilhou na edição deste ano da Volta ao Alentejo), convite prontamente aceite, até porque a equipa tinha reivindicado a sua participação quando foram anunciadas as formações convidadas, há alguns meses.
A Aqua Blue Sport nasceu fruto do investimento de um homem, Rick Delaney, a voz da indignação este ano, quando se soube que a Aqua Blue Sport não iria a nenhuma Grande Volta. Procurou nesta equipa criar um projecto diferente, quase que autossustentável e que se suportava no comércio online dos seus produtos e no marketing global, só que não foi suficiente. Durante o ano, vimos Delaney queixar-se sobre a falta de convites para as Grandes Voltas (esquecendo-se que não cabe às organizações manter os negócios à tona e que a equipa não pode depender somente disso) e também o vimos queixar-se sobre o equipamento usado este ano, da empresa 3T (como se não tivesse sido ele a escolher a empresa que forneceria o equipamento e não tivesse sido ele a assinar o contrato).
Delaney que é tão vocal quanto a alguns assuntos e que agora está completamente desaparecido em combate e que deixou dezenas de pessoas, entre staff e corredores, no desemprego e, possivelmente sem honorários. Certamente que nesta fase os 15 ciclistas da equipa terão dificuldades em conseguir um contrato para 2019, até porque o mercado já está numa fase muito avançada, e porque algumas equipas norte-americanas também vão acabar. Mas voltemos a Delaney, uma personagem curiosa, em alguns aspectos semelhante a Oleg Tinkov. Uma pessoa que, aquando do anúncio da ausência de Caleb Ewan na equipa da Mitchelton-Scott para o Tour, vociferou que não era assim que se tratavam as os atletas profissionais num desporto profissional (curiosamente Delaney é o padrasto de Caleb Ewan). Agora podemos dizer com certeza e fundamento, Sr. Delaney, não é assim que se tratam os atletas profissionais, num desporto profissional. Jason Witten Authentic Jersey ciondoli pandora prezzi