Pela primeira vez desde a sua criação, em 2022, o Gran Camiño vai ter uma etapa totalmente em solo português nesta que é a sua 4ª edição. O alargamento da prova para 5 dias permitiu alguma flexibilidade extra à organização e o tiro de partida para a competição será dado na Maia e a primeira jornada terá o seu final em Matosinhos, num final que se espera ao sprint.



O resto da corrida será, como habitual, na província da Galiza e a montanha aparece logo na 2ª etapa, com uma subida de 2,5 kms a 7,2% a apenas 11 kms da meta e depois um final durinho, com o quilómetro final a 6,1%. Segue-se um contra-relógio individual extremamente duro, apesar de ter apenas 15 kms, mal tem um metro plano e conta com uma subida de 5 kms a 5% no meio. No papel a 4ª jornada será a mais dura, quase 3000 metros de acumulado concentrados em menos de 140 kms, estando a maioria das subidas em sequência na segunda metade do percurso. As maiores diferenças deverão acontecer numa parte que tem 4700 metros a 8,3%, no meio de uma 1ª categoria visto que o final depois tem somente 2,8 kms a 6,5%. A competição encerra com uma etapa de média montanha com final em Santiago de Compostela, uma tentativa da organização para que os ciclistas ataquem de longe num traçado em estilo montanha russa, em caso de sprint reduzido o quilómetro final empina a 3%.

Nos últimos 2 anos a presença da Visma monopolizou muito a competição, com 2 vitórias fáceis de Jonas Vingegaard, algo que não vai acontecer este ano e que deve aumentar o equilíbrio e o espectáculo. No papel, as equipas portuguesas também têm tudo para serem mais protagonistas, em primeiro lugar por este decréscimo de qualidade da startlist, em segundo lugar porque já trazem algum ritmo da Volta ao Algarve, de recordar que Joaquim Silva, por exemplo, fez top 10 na geral em 2023.  Por falar em equipas nacionais, vão ser 5 a alinhar à partida na Maia, Efapel Cycling, Anicolor/Tien 21, Rádio Popular/Paredes/Boavista, Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua e AP Resorts&Hotels/Tavira/SC Farense. Para além delas teremos ainda Nelson Oliveira na Movistar e Daniel Lima na Israel-Premier Tech.



Em relação às formações do World Tour, esta prova é naturalmente mais importante para a Movistar, que joga em casa, no entanto a formação espanhola vem com um alinhamento sem algumas das principais figuras, as maiores apostas para a geral deverão ser Antonio Pedrero e Jefferson Cepeda. A Soudal-Quick Step vem com James Knox e Mauri Vansevenant e a Groupama-FDJ para a geral traz só Remy Rochas. Isto abre um bocadinho a porta às ProTeams, casos da Israel-Premier Tech com Derek Gee e Jakob Fuglsang ou à Uno-X com Johannes Kulset e Andreas Kron, sendo que Simon Dalby também é um grande joker. À espreita estarão Eric Fagundez, Urko Berrade, Jon Agirre e Davide Piganzoli. Dentro das equipas nacionais creio que a corrida se adapta bem às características de Ruben Fernandez, Joaquim Silva e Delio Fernandez, que são ciclistas que também conhecem muito bem estas estradas.

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