Todas as temporadas vários corredores deixam de ser ciclistas profissionais, este ano vamos recordar a carreira deles, começando hoje pela vertente gaulesa nos abandonos da modalidade.
Sylvain Chavanel é dos ciclistas franceses mais marcantes desta geração e um dos mais condecorados de sempre. Depois de 19 temporadas como profissional e aos 39 anos, o gaulês acabou hoje a sua carreira, depois de completar o Chrono des Nations na 5ª posição. Com passagens pela Bonjour, Brioches La Boulangére, Cofidis, QuickStep, IAM Cycling e Direct Energie, desde 2016, Chavanel alinhou em 23 Grandes Voltas, onde só abandonou 3, e somou 45 vitórias.
Desses 45 triunfos destacam-se 3 etapas na Volta a França, 3 etapas no Paris-Nice, o G.P. Plouay, 6 títulos nacionais de contra-relógio e várias vitórias em curtas provas por etapas. Curiosamente, cerca de 75% dos sucessos de Chavanel foram em território francês. Sempre inconformado, ofensivo e extrovertido, teve em 2008 e 2013 as melhores temporadas, pelo número de triunfos e pela regularidade que apresentou. Um ciclista completo, que vai deixar saudades e que será recordado por muito tempo.
Tal como Sylvain Chavanel, também Jeremy Roy terminou a sua carreira quando cruzou a linha de meta do Chrono des Nations, onde ficou 2 posições atrás de Chavanel. Roy tem 35 anos e 16 temporadas como profissional, onde foi sempre comandado por Marc Madiot, na estrutura da FDJ.
Um ciclista fiel e de muito trabalho é assim que será recordado, não era para fazer o Giro di Lombardia, mas foi chamado quando Anthony Roux se lesionou e contribuiu para o festejo de Thibaut Pinot. Roy é alguém que fez 15 Grandes Voltas e tem o registo incólume, completou-as todas (3 Giro’s, 9 Tour’s e 3 Vuelta’s) e só em 2008 fez 2 Grandes Voltas, a dobradinha Giro-Tour. Não ganhou muito, acaba a carreira com 4 triunfos, o mais importante na etapa 4 do Paris-Nice 2009, onde festejou após uma fuga com Thomas Voeckler e Tony Martin. Ainda assim, 2012 foi a sua melhor época, com muitos segundos lugares e 1 vitória no Tour du Limousin.
2018 também marca o final da carreira do luso-descendente Armindo Fonseca, com apenas 29 anos. Fonseca passou a profissional em 2011 e passou as 8 temporadas na estrutura da Fortuneo-Samsic, que antigamente se chamava Bretagne Schuller.
Um ciclista de baixa estatura, com uma ponta final muito boa, que teve oportunidade de fazer e completar o Tour por 3 ocasiões. Regista 2 vitórias, na 1ª etapa da Boucles de la Mayenne e no Tour de Vendée, ambas em 2014, naquela que foi de longe a sua melhor época, com outros resultados de muita valia em semi-clássicas francesas.
Arnaud Gerard estava precisamente na mesma equipa de Armindo Fonseca, eles coincidiam desde 2013 na estrutura da Bretagen, para onde Gerard se transferiu depois de 8 temporadas na FDJ. Aos 34 anos, o francês também realizou a sua última prova hoje, completando em 26º o Chrono des Nations.
Do que nos lembramos de Arnaud Gerard, é um corredor alto e possante, alguém que rola muito bem em terreno plano e que se adapta bem às clássicas. Nunca foi um ciclista com muitos argumentos de vitórias e somou 2 nas 14 temporadas como profissional, a La Poly Normande em 2008 e a 1ª etapa do Tour du Poitou Charentes em 2015. Diríamos que teve o seu auge em 2014, quando teve várias oportunidades e somou 14 posições dentro dos 10 primeiros, particularmente em contra-relógios.
Por fim, e ainda dentro dos ciclistas franceses, Guillaume Bonnafond optou por terminar a sua carreira aos 31 anos, depois de 10 temporadas como profissional, 8 na Ag2r e 2 na Cofidis. É um dos muitos casos que termina a carreira sem nenhuma vitória como profissional, até porque ganharmos neste Mundo altamente competitivo é tudo menos fácil.
Um corredor com um perfil diferente aos anteriores, um trepador que foi 26º na Vuelta em 2011, numa 4ª das 8 Grandes Voltas em que participou, Bonnafond foi alguém que sempre se viu a trabalhar para o colectivo e teve o seu auge em 2011 e 2012, quando alcançou alguns resultados de valia em provas por etapas francesas, como Tour de l’Ain.