Aos 42 anos, e depois de duas décadas ligadas ao ciclismo, Alejandro Valverde decidiu que estava na hora de pendurar a bicicleta. El Bala será para sempre lembrado como um dos grandes ciclistas da sua geração e um dos melhores de sempre do ciclismo espanhol. Com um palmarés extraordinário, venceu clássicas (as Ardenas eram a sua praia – 5 Fleche Wallone e 4 Liege-Bastogne-Liege), provas de uma semana, etapas em Grandes Voltas e mesmo uma Grande Volta, a Vuelta de 2012! A cereja no topo do bolo apareceu em 2018 com a conquista do título mundial, mostrando-se como um exemplo de longevidade na modalidade.
- Anos como profissional: 19 temporadas sempre ligado à equipa de Eusebio Unzué, que começou como Kelme e, termina, agora na Movistar (2002 a 2022, com interrupção em 2011 devido a suspensão);
- Nº de vitórias: 139 triunfos, um número absolutamente fantástico, incluindo um título mundial de estrada, uma Vuelta a Espanha e 12 etapas na Vuelta, 4 no Tour e uma no Giro;
- Nº de Grandes Voltas: 32 provas de 3 semanas, 16 Vuelta, 14 Tour e 2 Giro, tendo conseguido pódios finais em todas elas;
- Melhor temporada: Um exemplo de regularidade extrema onde é impossível destacar uma temporada pois entre 2006 e 2019 esteve sempre entre os 5 melhores do Mundo em termos de ranking UCI;
- Total de kms em corrida: 226 978 kms distribuídos por 1 422 dias de competição;
- Corrida em que mais vezes participou: por 16 vezes esteve presente na Liege-Bastogne-Liege, provas que venceu por umas incríveis 5 ocasiões.
Mikel Nieve termina a carreira aos 38 anos. Durante quase toda a sua carreira foi um grande gregário nas etapas de montanha, fazendo parte do temível comboio da Team Sky na altura em que a formação britânica dominava o ciclismo. Trepador puro, o basco ia tendo as suas oportunidades para brilhar e fê-lo principalmente no Giro d’Itália, onde venceu várias etapas, algumas delas que vão ficar na memória. Não era um ciclista ganhador, pelo que era um corredor que os adeptos da modalidade gostavam. Despediu-se de forma inglória, com uma queda e uma fratura da clavícula no Giro di Lombardia.
- Anos como profissional: 15 temporadas divididas por 5 equipas – Orbea (2008), Euskaltel-Euskadi (2009 a 2013), Team Sky (2014 a 2017), Mitchelton-Scott (2018 a 2021) e Caja Rural (2022);
- Nº de vitórias: 5 triunfos, um ciclista que vencia muito pouco mas escolhia bem as provas, pois conseguiu 3 triunfos no Giro d’Itália e 1 na Vuelta a Espanha;
- Nº de Grandes Voltas: 22 provas de 3 semanas, 9 Vuelta, 7 Giro e 6 Tour, terminando 21 das provas iniciadas;
- Melhor temporada: Sempre com pouca liberdade, era um gregário de luxo, o basco teve em 2015 a sua melhor época – 2º na Volta a Eslovénia, 4º na Vuelta a Andalucia, 6º no Giro di Lombardia, 8º na Vuelta a Espanha e 10º na Volta a Polónia;
- Total de kms em corrida: 164 286 kms distribuídos por 1 048 dias de competição;
- Corrida em que mais vezes participou: por 11 vezes correu o Giro di Lombardia, curiosamente a última prova da sua carreira.
Mais um basco na lista, desta vez falamos de Mikel Aristi. O mais novo dos 3 espanhóis, apenas com 29 anos, finaliza a sua carreira depois de várias temporadas francamente mais discretas, depois de alguns anos onde se afirmou como um sprinter de enorme qualidade para o calendário europeu, com destaque nos dias com alguma dureza. Para nós portugueses, fica na memória pelas muitas provas que realizou em Portugal, inclusivé ganhou na Volta a Portugal, na chegada a Santo António dos Cavaleiros.
- Anos como profissional: 7 temporadas divididas por três equipas, Delko Marseille (2016 e 2017), Euskadi-Murias (2019 e 2019) e Euskaltel-Euskadi (2020 a 2022);
- Nº de vitórias: 3 triunfos, um deles na Volta a Portugal de 2019;
- Nº de Grandes Voltas: Apesar da Euskatel-Euskadi ter participado em várias Vueltas a Espanha, o basco nunca foi selecionado;
- Melhor temporada: 2019, ano em que conseguiu duas vitórias, para além da já referida na Volta a Portugal, venceu no Tour du Limousin, onde terminou em 4º da geral;
- Total de kms em corrida: 62 356 kms distribuídos por 392 dias de competição;
- Corrida em que mais vezes participou: por 5 vezes participou na Volta ao Alentejo, Prueba Villafranca e Circuito de Getxo.
Voltamo-nos um pouco mais para o leste da Europa e focamo-nos em mais um excelente gregário de montanha. Quem não se lembra de ver Tanel Kangert como um dos principais homens de trabalho de Vincenzo Nibali? O estónio era um ciclista incansável, tinha energia para dar e vender e com os seus ritmos infernais conseguia destruir um pelotão inteiro. Muito importante em várias conquistas do Tubarão de Messina, foi tendo as suas oportunidades a espaços, terminando com um palmarés razoável.
- Anos como profissional: 14 épocas desportivas, divididas por4 equipas – AG2R (2008 e 2009), Astana (2011 a 2018), EF Education (2019 e 2020) e Team BikeExchange (2021 e 2022);
- Nº de vitórias: 11 triunfos, o mais importante foi conseguido na Volta a Suíça quando venceu uma etapa no ano de 2012;
- Nº de Grandes Voltas: 17 Grandes Voltas, um gregário sempre importante nos 9 Giro, 5 Tour e 3 Vuelta que realizou;
- Melhor temporada: Claramente o ano de 2016, quando venceu a geral e uma etapa do Abu Dhabi Tour, duas etapas e foi 2º do Giro del Trentino e terminou em 9º na prova de estrada dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ;
- Total de kms em corrida: 149 320 kms distribuídos por 947 dias de competição;
- Corrida em que mais vezes participou: Giro d’Itália, prova onde participou por 9 vezes.
Terminamos com mais um ciclista da parte oriental da Europa, desta vez com Juraj Sagan, o irmão do tricampeão do Mundo Peter Sagan. Sempre na sombra da grande estrela que é Peter, Juraj foi um ciclista de muito trabalho, acompanhou o seu irmão nas suas conquistas, sendo que a maioria do seu trabalho aparecia ainda na fase inicial das competições.
- Anos como profissional: 16 temporadas divididas por 5 formações – Dukla Trencin (2007 a 2009), Liquigas/Cannondale (2010 a 2014), Tinkoff (2015 e 2016), BORA-hansgrohe (2017 a 2021) e TotalEnergies (2022);
- Nº de vitórias: apenas 4 triunfos na sua carreira, todos eles o título nacional de estrada eslovaco;
- Nº de Grandes Voltas: por uma vez Juraj Sagan fez uma prova de 3 semanas, o Tour de France de 2017;
- Melhor temporada: Uma carreira bastante modesta, onde os resultados relevantes foram bastante escassos, pelo que não há uma temporada em específico a destacar;
- Total de kms em corrida: 117 005 kms distribuídos por 739 dias de competição;
- Corrida em que mais vezes participou: por 10 vezes participou na Volta a Eslováquia.