Rinaldo Nocentini foi a grande surpresa de 2016, quando entrou no ciclismo português depois de quase 1 década no World Tour. Cumpriu 4 temporadas em Portugal, todas no Sporting/Tavira. Apesar de chegar com 38 anos alcançou excelentes resultados, principalmente em 2016 e 2017, ganhou o Troféu Joaquim Agostinho, foi 2º na Volta ao Azerbaijão, 9º na Volta ao Algarve, 2º na Volta ao Alentejo e 4º na Volta a Portugal, ainda deixou a sua marca por cá.
Retira-se aos 42 anos, a idade passou factura e isso reflectiu-se em 2018 e 2019. Ainda assim foi um privilégio ver um corredor de tão alto gabarito correr por uma equipa portuguesa. Um excelente puncheur capaz de obter resultados muito bons nas provas de 1 semana
- Anos como profissional: 21 anos divididos por 6 equipas – Mapei – QuickStep (1999-2001), Fassa Bortolo (2002), Formaggi Pinzolo Fiavè (2003), Acqua & Sapone (2004—2006), Ag2r La Mondiale (2007-2015) e SCP/Tavira (2016-2019);
- Nº de vitórias: 18 vitórias, 12 entre 2003 e 2010, outras 4 entre 2016 e 2018 ao serviço do SCP/Tavira;
- Melhor vitória: G.P. Miguel Indurain em 2007 devido à concorrência que bateu (Joaquim Rodriguez e Alejandro Valverde);
- Nº de Grandes Voltas: 17 provas de 3 semanas e completou 16 delas, 8 Giro’s, 2 Tour’s e 7 Vuelta’s. Melhor resultado na geral foi no Tour 2009, foi 12º à geral depois de ter andado 8 dias de amarelo. 2 vezes 2º em etapas;
- Melhor temporada: 2012, andou muito bem o ano todo. 4º no Tirreno-Adriatico, 5º no Criterium Internacional, top 12 nas 3 clássicas das Ardenas, 6º na Volta a Polónia e no Tour of Beijing, top 20 na Vuelta;
- Total de kms em corrida: 199 638 kms;
- Corrida que mais vezes participou: Giro di Lombardia, alinhou em 11 anos consecutivos entre 2004 e 2014, 10º foi o melhor resultado em 2014.
Outro ciclista que se despede do ciclismo profissional é Bjorn Thurau, alemão de 31 anos que correu em 2019 na Vito-Feirense-PNB, trazendo alguma experiência a uma equipa repleta de juventude. Thurau nunca se conseguiu estabelecer numa equipa, o poderoso corredor de 1,94 metros sempre foi um ciclista de trabalho, forte rolador, que nunca somou muitos pontos nos rankings, e isso terá prejudicado a evolução na carreira.
- Anos como profissional: 12 anos, divididos entre 9 equipas, Atlas – Romer’s (2007), Elk Haus Simplon (2008-2009), Team NSP (2011), Team Europcar (2012-2014), Bora-Argon (2015), Wanty – Groupe Gobert (2016), Kuwait Cartucho (2017), Holdsworth Pro Racing (2018) e Vito Feirense PNB (2019);
- Nº de vitórias: 0 triunfos;
- Melhor vitória: O melhor resultado da carreira foi o 3º posto na geral do Tour of Qinghai Lake, em 2017;
- Nº de Grandes Voltas: 1 Grande Volta, o Giro 2014 quando estava na Europcar, único ano no WT;
- Melhor temporada: 2013, fez 18º na Dwars Door Vlaanderen, 12º na Volta a Dinamarca, 10º na Coppa Agostoni e ainda ganhou a classificação da montanha na Volta ao Luxemburgo;
- Total de kms em corrida: 71 443 kms;
- Corrida que mais vezes participou: Campeonato Nacional por 6 vezes, se descontarmos esta prova foi a Driedaagse van West Vlaanderen e a Sparkassen Classic por 5 ocasiões.
Moreno Moser deixa a modalidade podemos dizer de forma precoce, aos 28 anos o transalpino anunciou a sua retirada do ciclismo profissional em Maio, com efeito imediato. Sobrinho de Francesco Moser foi uma das maiores esperanças italianas no início desta década. O abandono de Moser deve-se essencialmente a questões psicológicas, o italiano sempre teve muita pressão para ser bem sucedido até pelos antecedentes familiares, mas não conseguiu ultrapassar os maus momentos. No momento da retirada revelou que não se deveu a nenhum problema físico.
- Anos como profissional: 8 temporadas divididas por 3 equipas, Liquigas/Cannondale (2012-2016), Astana (2017-2018) e Nippo Vini Fantini (2019);
- Nº de vitórias: 11 triunfos, incluindo 3 no World Tour, também ganhou no Giro sub-23;
- Melhor vitória: Tendo em conta o estatuto que tem neste momento a prova elegemos a Strade Bianche de 2013, onde derrotou o seu companheiro, o ilustre conhecido Peter Sagan;
- Nº de Grandes Voltas: 5 (2 Giro’s, 1 Tour e 2 Vuelta’s), em 4 dessas 5 Grandes Voltas fez pódio em etapas, um registo incrível;
- Melhor temporada: 2012, de longe. Ganhou o Trofeo Laigueglia, o G.P. Frankfurt e ainda 2 etapas na Volta a Polónia e a geral dessa prova, sendo 2º no G.P. Montreal, isto tudo aos 21 anos;
- Total de kms em corrida: 68 748 kms;
- Corrida que mais vezes participou: Strade Bianche, alinhou por 7 vezes, só falhou em 2016.
Um italiano muito mais veterano que se retira no final de 2019 é Matteo Montaguti. Típico ciclista daquele país, que adorava as clássicas e as provas de uma semana com algumas dificuldades, onde sempre aproveitava a boa ponta final, tendo sido aí que obteve os melhores resultados. Uma longa carreira no World Tour onde conseguiu bons resultados mas também muito trabalhou para os seus líderes. Acabou a carreira perto da família, correndo em casa.
- Anos como profissional: 12 temporadas divididas por 3 equipas – Team LPR Brakes (2008-2010), AG2R La Mondiale (2011-2018) e Androni Giocattoli-Sidermec (2019);
- Nº de vitórias: 3 triunfos – corredor pouco ganhador com todas as vitórias a acontecerem em solo italiano, incluindo uma geral;
- Melhor vitória: Etapa 4 do Tour of the Alps 2017, onde bateu nomes como Thibaut Pinot e Rohan Dennis;
- Nº de Grandes Voltas: 14 ao todo – apenas 1 Tour, 4 Vuelta’s e 9 Giro’s. Apenas por uma vez não acabou a Grande Volta que começou e, em 2016, esteve perto de ganhar no Giro;
- Melhor temporada: 2015 – 3º no GP Lugano, 4º no Trofeo Laigueglia, 7º no GP Bruno Beghelli e 8º no GP Nobili Rubinetterie, um ano muito positivo nas clássicas, a praia de Montaguti;
- Total de kms em corrida: 123 188 kms;
- Corrida que mais vezes participou: Gran Premio Bruno Beghelli, alinhou por 1 vezes, só falhou na temporada de 2017.
Como não há duas sem três, terminamos com mais um transalpino. Desta vez falamos Eugenio Alafaci, um ciclista de equipa que durante muitos anos foi um dos principais homens de confiança de Giacomo Nizzolo, fazendo parte do seu comboio. Bom sub-23, onde se via um bom sprinter, nunca conseguiu render como se esperava entre os elites.
- Anos como profissional: 8 temporadas divididas por 3 equipas – Leopard Trek Continental Team (2012-2013), Trek-Segafredo (2014-2018) e EvoPro Racing(2019);
- Nº de vitórias: 1 triunfo;
- Melhor vitória: com apenas uma vitória, não é difícil escolher – Simac Omloop der Kempen, em 2013
- Nº de Grandes Voltas: 4 Giro’s d’Itália, onde sempre foi uma figura importante no comboio de Giacomo Nizzolo e na conquista de duas maglia ciclamino;
- Melhor temporada: 2013 foi temporada muito positiva que lhe valeu a subida à equipa principal da Trek – consegui a sua única vitória da carreira, tendo sido, ainda, 3º no GP Criquiellion, 4º na Fleche du Sud, 5º na Triptyque des Monts et Chateaux , 6º na Ronde van Midden e 9º GP Banca di Legnano; veio fazer a Volta a Portugal, somando 3 top-10 em etapas ao sprint;
- Total de kms em corrida: 60 960 kms;
- Corrida que mais vezes participou: Giro d’Itália, Cyclassics Hamburg, Milano-Torino e Milano-Sanremo, todas por 4 ocasiões.