Robert Kiserlovski foi um ciclista que ao longo da carreira não ganhou muito, durante as 14 temporadas como profissional ganhou 2 corridas, o Giro dell’Appennino em 2010 e os Campeonatos Nacionais em 2013. No entanto, o croata sempre foi um ciclista de equipa muito útil e sempre se mostrou muito bem na alta montanha. Em 2013 foi mesmo o braço direito de Chris Horner na vitória do norte-americano na Vuelta.
Nunca foi um ciclista de ficar muitos anos na mesma equipa, começou na Adria Mobil, passou para o World Tour em 2009, na Fuji-Servetto. Em 2010 foi 10º no Giro ao serviço da Liquigas (ajudando Ivan Basso e Vincenzo Nibali), esteve na Astana em 2011 e 2012, sendo 5º na Fleche Wallonne e 7º na Volta a Calalunha e em 2013 entrou na Trek-Segafredo, onde teve talvez a sua melhor fase da carreira. Para além de ajudar os líderes foi 10º no Giro e 7º no Tirreno-Adriatico. Em 2015 transferiu-se para a Tinkoff, com o intuito de ser um dos escudeiros de Alberto Contador e foi em 2017 para a Katusha-Alpecin procurando mais chances de brilhar, mas as coisas não correram bem e optou por retirar-se do ciclismo profissional aos 32 anos.
Outro corredor que teve um papel semelhante ao de Kiserlovski durante praticamente toda a carreira, mas teve um percurso bem diferente foi Chris Anker Sorensen. O dinamarquês, agora com 34 anos, entrou em 2007 na estrutura da Saxo-Bank/Tinkoff e só saiu em 2015. Ao longo de 9 temporadas ajudou os vários líderes que por lá passaram (fez 12 Grandes Voltas) e tentou aproveitar as oportunidades para brilhar, de onde resultaram 5 triunfos, entre eles 1 etapa no Criterium du Dauphine e 1 tirada no Giro em 2010.
Sempre com um estilo muito curioso em cima da bicicleta, Chris Anker Sorensen mudou-se para a Fortuneo – Vital Concept, uma experiência que não lhe correu de feição, e terminou a carreira “em casa” na Riwal Platform Cycling Team, uma formação continental dinamarquesa. Aí conseguiu algumas classificações dentro dos 10 primeiros e tentou ajudar os mais jovens com toda a sua experiência ao mais alto nível.
Para continuar a tendência de ciclistas de trabalho na montanha temos Przemyslaw Niemiec. O polaco de nome bem complicado começou a carreira em 2002, na Amore & Vita e passou para a Miche em 2004, onde esteve até ao final de 2010. Em 2009 deu nas vistas ao ganhar a Route du Sud e 1 etapa no Giro del Trentino e isso valeu-lhe a entrada na Lampre em 2011, que coincidiu também com a passagem para o World Tour, aos 31 anos.
Nunca mais saiu dessa estrutura, agora de nome Team UAE Emirates, completando 8 temporadas nesta formação. Aproveitou a oportunidade da melhor maneira, ganhou 1 etapa na Vuelta, foi 6º no Giro em 2013, mas o seu rendimento claramente baixou a partir de 2016, a idade começou a pesar e optou por retirar-se no final desta época, aos 38 anos.
Continuamos com a saga de trepadores, Markus Eibegger retira-se aos 34 anos, após uma longa carreira, a maior parte passada em equipas austríacas. O austríaco só em 2010 esteve no World Tour, numa época onde representou a Footon-Servetto. Aproveitou a oportunidade para completar o Giro e participar no Tour.
Passou a profissional em 2007, na Elk Haus, onde esteve até 2009, depois da passagem pela Footon-Servetto foi para a formação iraniana da Tabriz em 2011. Voltou à Áustria em 2012, onde esteve 2 anos na Team Gourmetfein, voltou a sair em 2014, desta vez para a Synergy Baku e voltou de vez em 2016 para a Team Felbermayr, onde termina a carreira. Pelo meio contam-se muitas vitórias, campeão nacional de contra-relógio em 2009, levou para casa a Volta ao Azerbaijão em 2016 e ganhou etapas em provas como a Volta a Baviera ou o Sibiu Tour. Uma referência do ciclismo austríaco.
Depois da retirada dos irmãos Schleck do panorama velocipédico, poucos luxemburgueses ficaram na alta roda do ciclismo Mundial. Um dos poucos felizardos foi Laurent Didier, que deixa este ano o ciclismo profissional, aos 34 anos. Começou a carreira em 2006, na Team Kuota, passou para a Team Designa Kokken em 2009, melhorou ligeiramente o nível de resultados e em 2010 foi fazer companhia aos irmãos Schleck na Team Saxo Bank, um elemento de grande confiança para os líderes.
Foi precisamente essa talvez a sua melhor temporada, ao ser 33º no Giro e 9º na Vuelta a Madrid. Em 2012 foi campeão nacional de estrada, no ano de estreia pela Radioshack (actual Trek-Segafredo) e em 2014 foi campeão nacional de contra-relógio. E foi em 2014 que obteve na sua única vitória como profissional sem ser nos Nacionais. Na 5ª etapa no US Pro Challenge bateu Janier Acevedo e Rob Britton ao sprint, num dia em que José Mendes foi 5º. Sempre teve na montanha a sua especialidade, trabalhou para os líderes das respectivas equipas e fez uma carreira algo discreta.