A Operação Prova Limpa veio abalar o ciclismo português de vez. A 24 de Abril a Polícia Judicária desencadeou uma série de buscas domiciliárias e não domiciliárias à equipa W52-FC Porto, que resultou em 2 detenções numa operação destinada à detecção de métodos proibidos e substâncias ilícitas, vulgarmente conhecido por “doping”.

Um dos visados foi o director-desportivo Nuno Ribeiro, numa investigação prolongada no tempo, que foi desencadeada por uma denúncia anónima. Em pleno Grande Prémio Douro Internacional 8 ciclistas da W52-FC Porto foram suspensos, deixando José Neves a competir sozinho de amarelo antes da última e decisiva etapa. O ciclista da W52-FC Porto manteve o símbolo de liderança de uma forma inesperada, levou a corrida de vencida e verificaram-se ânimos exaltados no final.



Entretanto a UCI pediu esclarecimentos desta situação à ADOP e à Federação Portuguesa de Ciclismo e chegou à deliberação de suspender a W52-FC Porto, impossibilitando assim a presença da equipa de Adriano Quintanilha. A certo momento pensou-se que poderia correr com Amaro Antunes e José Neves, essa situação não se verificou e na apresentação da Volta a Portugal confirmou-se que seriam 9 as formações Continentais portuguesas e não 10.

Hoje, e a menos de 48 horas para a competição portuguesa de maior visibilidade interna ir para a estrada, houve mais desenvolvimentos, com a Polícia Judiciária a fazer novas buscas e detenções em território nacional, algo que foi inicialmente avançado pelo Diário de Notícias e que foi confirmado à Lusa por uma fonte relacionada com a investigação.

Segundo a “Visão” serão cerca de 10 os detidos decorrentes desta operação de hoje, em que foram visados ciclistas da Rádio Popular-Paredes-Boavista, Glassdrive/Q8/Anicolor e Efapel. Ao “Record”, José Azevedo confirmou essas detenções e que Francisco Campos, sprinter da equipa que estava na lista de pré-inscritos, foi constituído arguido, sendo que o jornal “O Jogo” adianta que Francisco Campos terá sido mesmo despedido por não ter cumprido o regulamento interno da Efapel Cycling, chefiada por José Azevedo.



Um dos suspensos terá sido Daniel Freitas, que no ano passado chegou a andar de amarelo e teve de ir para casa mais cedo. José Santos, com a sua habitual dose de ironia, confirmou que 1 corredor faltou a um teste de Covid-19 e que foi substituído entretanto. Curiosamente, a formação “axadrezada” registou recentemente como estagiário na UCI o jovem espanhol David Delgado, que este ano teve uma prestação de destaque na Volta a Portugal do Futuro.

Aparentemente, esta nova leva de buscas domiciliárias e detenções incidiu em alguns ciclistas que nos últimos anos passaram pela estrutura da W52-FC Porto, como é o caso de Daniel Freitas e Francisco Campos, obrigando a várias substituições de última hora no alinhamento das equipas para a Volta a Portugal. Joaquim Gomes, em declarações à imprensa, colocou hoje a possibilidade de inclusivamente não realizar a prova, estando ainda em conversações com a Federação Portuguesa de Ciclismo sobre esse assunto.




Foto: FPC

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