Se um ciclista chegar a esta fase do ano sem contrato para 2025 é sinónimo de problemas, alguns deles apenas encontram uma equipa disposta a dar-lhes uma oportunidade já no decorrer do ano. Vamos neste artigo falar de alguns que militavam no World Tour e, pela mesma até agora, não têm equipa conhecida para 2025.
Elia Viviani – O nome mais sonante desta lista. Já com 35 anos, o italiano conta com 89 vitórias na estrada mas os últimos anos ao serviço da INEOS Grenadiers não foram produtivos. Já venceu nas três Grandes Voltas, foi campeão da Europa de estrada e várias clássicas World Tour. Numa altura já descendente, talvez seja aposta para alguma ProTeam italiana, Viviani não deixa de ser um nome importante no ciclismo transalpino.
Kenny Elissonde – Pequeno trepador francês que não teve muito sucesso na sua curta aventura na Cofidis. Corredor muito competente nas suas temporadas na Lidl-Trek, chegou a vencer na Vuelta e a ser um gregário importante na montanha. Já com 33 anos, aporta muita experiência a qualquer plantel, pelo que ainda pode ter vários cenários em aberto, seja World Tour ou ProTeams.
Stefan de Bod – Um dos ciclistas com mais experiência World Tour da lista, 6 anos na elite. O sul-africano é um ciclista muito polivalente, já foi campeão nacional e continental de contra-relógio e é alguém que se defende na média montanha. Quando tanto se fala de pontos UCI, De Bod pode ser uma contratação interessante para as ProTeams.
Jesus David Peña – O pequeno trepador colombiano partilhou o seu drama recentemente. O seu agente não lhe atende as chamadas, parece abandonado e, depois da Jayco AlUla não lhe ter renovado contrato está um pouco perdido. Esteve 3 anos no World Tour onde conseguiu vencer uma etapa na Volta a Eslovénia e terminar em 5º, ser 3º na montanhosa Volta a Áustria e 8º no Tour of Guangxi. Com as raízes sul-americanas, não seria de estranhar terminar numa ProTeam espanhola ou, em último caso, regressar ao seu país.
Álvaro José Hodeg – Mais um sprinter desta lista e que está aqui mais pelo histórico do que pelos resultados recentes. Desde o acidente que sofreu em 2022 que Hodeg está longe do seu melhor, a UAE Team Emirates ainda lhe deu algumas oportunidades, no entanto o colombiano somou poucos top-10 e o melhor que conseguiu foram dois 5º lugares. A confiança num velocista é essencial e o Hodeg atual está longe do que era nos tempos da Deceuninck-QuickStep.
Maurice Ballerstedt – Este é um caso muito curioso. O alemão até tinha propostas para continuar no World Tour mas decidiu deixar o escalão máximo porque “não é o caminho que quero continuar a seguir”. Ainda jovem, com 23 anos, o alemão é um excelente rolador, adapta-se muito bem às clássicas e foi, recentemente, peça importante do comboio de Kaden Groves. Um ambiente com melhor pressão e sem tanto foco será aquilo que Ballerstedt procura.
Michel Hessmann – Outro jovem desta lista que aqui está por razões diferentes. O alemão não competiu em 2024 por estar a contas com uma possível suspensão por doping, algo que se veio a confirmar mas, neste momento, já está cumprida. Ciclista muito completo, sobe bastante bem e defende-se no contra-relógio, foi 3º no Tour de l’Avenir 2022 e, em 2023, fez parte da equipa que levou Primoz Roglic à conquista do Giro. Irá tentar relançar a carreira, um jovem com valor que ainda tem espaço no World Tour.
Há outros corredores conhecidos sem contrato para 2024 e do qual pouco ou nada se sabe, nomeadamente Dmitry Gruzdev, Vadim Pronskiy, Lukasz Wisniowski, Alexis Gougeard, Christophe Noppe e Martijn Tusveld.
Por fim, e já fora do World Tour, queríamos mencionar mais dois nomes. Jakub Mareczko ainda não viu o seu vínculo com a Corratec ser renovado, talvez por lá continue, mas o italiano é um homem livre no mercado, um sprinter puro que tanto gosta das etapas completamente planas e assim conseguiu dezenas e dezenas de vitórias em provas asiáticas. Não seria de estranhar, ver o sprinter de 30 anos assinar por uma equipa desse continente. Terminamos com o polivalente Mads Wurtz Schmidt, um ciclista que tanto pode aparecer nas clássicas como nas provas de uma semana com algumas dificuldades. Desde 2017 no World Tour/ProTeams, Schmidt tem capacidade e qualidade para ser um corredor importante na maioria das ProTeams e, quem sabe, não será uma contratação de última hora da Uno-X.