Este ano a “silly season” começou cedo. A Volta a Itália despoletou uma série de rumores que circulam no pelotão e o defeso promete um mercado com muitas mexidas, principalmente nos sprinters, tendo em conta que muitos estão em fim de contrato.
Como já é habitual, um dos protagonistas destes rumores, e quem mete alguns a circular é Patrick Lefevere, responsável da Deceuninck-Quick Step, é alguém que não gosta de passar despercebido. Algo que ajuda a isso é ter uma crónica semanal naquele que é talvez o maior diário desportivo belga, o Het Nieuwsblad. Na crónica publicada mesmo antes do Giro, Lefevere afirmou que João Almeida não iria renovar pela equipa belga, criticando o comportamento do agente de João Almeida.
O ciclista português que esteve em grande destaque no último Giro supostamente já deveria ter renovado e tal não aconteceu. Ainda assim, Lefevere garantiu que, se João Almeida estiver melhor do que Remco Evenepoel durante o Giro, será ele o ciclista protegido. Atenção que, contrariamente ao que foi veiculado por alguns órgãos de comunicação, isto não é algo que seja oficial, não existe nenhum comunicado oficial do ciclista ou da equipa, e estas jogadas de Lefevere são sobejamente conhecidas. Praticamente todos os anos a equipa pode acabar devido à dificuldade em arranjar patrocinadores e todos os anos há patrocinadores.
No mesmo tom, o polémico responsável da Deceuninck-Quick Step referiu que Sam Bennett, aquele que é actualmente o melhor sprinter do Mundo e vencedor da camisola verde no último Tour, não irá continuar na formação onde obteve tanto sucesso. Supostamente após as renovações de Evenepoel, Asgreen e Alaphilippe, não há dinheiro para manter Bennett, o orçamento não chega para todas as estrelas e, aparentemente, a aposta é construir um bloco mais forte em volta de Evenepoel.
Pelo que a Gazzetta Dello Sport conseguiu apurar, a Bora-Hansgrohe é um destino provável para tanto João Almeida como Sam Bennett. A formação alemã terá alguma folga orçamental com a possível saída de Peter Sagan. Relativamente a João Almeida outra hipótese será a UAE Team Emirates, uma equipa com um grande poderio financeiro, com alguns portugueses no plantel, e chefiado por Joxean Matxin, alguém que conhece bem João Almeida. Quanto a Sam Bennett seria um regresso, mas a uma estrutura da qual não saiu propriamente a bem, foi algo litigiosa a sua saída para a Deceuninck-Quick Step e veremos se isso não deixou marcas. Até Agosto/Setembro muito pode mudar.
Tudo parece estar a conjugar-se para mudanças drásticas na Bora-Hansgrohe, um fim de ciclo na aposta focada em ciclistas alemães como Pascal Ackermann e Emanuel Buchmann. Para além de João Almeida, a Gazzetta Dello Sport fala no ingresso de Jai Hindley na equipa alemã. Já há muito se especula que o 2º classificado do Giro em 2020 está de saída da Team DSM, uma equipa com claras dificuldades em manter as suas principais estrelas satisfeitas. Caso se confirmassem as entradas de João Almeida e Jai Hindley claramente Buchmann perderia espaço.
Quem também poderá estar de saída da Bora-Hansgrohe é Pascal Ackermann, outro nome grande do ciclismo alemão, que está a ter uma má época em 2021. Sam Bennett poderia vir a ocupar o seu lugar, e Ackermann estaria a caminho da UAE Team Emirates, uma equipa em termos de sprinters tem Fernando Gaviria e Alexander Kristoff em sub-rendimento.
Ontem surgiu mais um rumor dentro dos homens rápidos que podemos juntar a esta lista. O Tuttobiciweb fala que Giacomo Nizzolo vai deixar a Team Qhubeka Assos no final de 2021 e que o actual campeão europeu está em negociações com 3 equipas: UAE Team Emirates (dificilmente acontecerá se Ackermann for e vice-versa), a Intermarche Wanty Gobert (onde teria garantia de continuar a ser líder) e a Cofidis (onde iria substituir Elia Viviani).