A UAE Team Emirates tem estado concentrada nos últimos em estágio nos Emirados Árabes Unidos, beneficiando do clima favorável para treinar e construir laços de forma a tentar repetir as façanhas de 2020.
Foi em 2020 que Tadej Pogacar surpreendeu tudo e todos e derrotou no penúltimo dia do Tour o poderio competitivo da Jumbo-Visma e o domínio relativo de Primoz Roglic, para levar de vencida a Grand Boucle. Em 2021 o jovem talento esloveno irá tentar levantar de novo o troféu em Paris, e contará com a preciosa ajuda de Marc Hirschi, recente reforço proveniente na estrutura da Sunweb. A grande diferença é que agora, mais que nunca, Pogacar terá todas as setas apontadas a ele, e terá de voltar a derrotar a Jumbo-Visma e a Ineos Grenadiers, apesar de ser mais previsível que este ano tenha um bloco mais forte em seu redor. É provável que o esloveno posteriormente ainda vá à Vuelta ver o que consegue na prova espanhola.
A equipa chefiada por Joxean “Matxin” Fernandez perdeu Jasper Philipsen (vencedor de etapa na Vuelta), mas contratou Matteo Trentin, o que permite ter 3 sprinters e distribuí-los por cada Grande Volta. Em 2021 Fernando Gaviria ficará com o Giro (possibilidade de levar um comboio maior porque o colombiano precisa e porque haverá menos aspirações para a geral), Alexander Kristoff com o Tour (grande ajuda a Pogacar nos ventos cruzados e tem facilidade de posicionamento) e Matteo Trentin irá à Vuelta, onde pode ser bastante útil nas etapas de média montanha, a sua praia.
No Giro haverá papel livre para Davide Formolo e Brandon McNulty, 2 ciclistas com alguma experiência na prova italiana. Formolo já ganhou 1 etapa e fechou em 10º da geral por 2 vezes, McNulty esteve em 2020 muito tempo no top 10, quebrou na parte final e acabou em 15º, mas apenas tem 22 anos e muito espaço de crescimento. David de la Cruz poderá ter a sua chance na Vuelta, onde tem por hábito mostrar quase sempre a sua melhor versão.
Quanto aos ciclistas portugueses, Rui Costa, Rui Oliveira e Ivo Oliveira revelaram o seu calendário e as suas ambições para 2021 à Agência Lusa. Rui Costa será a aposta da equipa para algumas provas de 1 semana e clássicas (incluindo as Ardenas). “Tudo indica que estarei na Volta à Comunidade Valenciana, Volta ao Algarve e Paris-Nice”, a partir daí o calendário ainda não está totalmente definido e é mesmo possível que o antigo campeão Mundial não faça nenhuma Grande Volta em 2021, o que parece uma opção perfeitamente lógica. O plano é fazer a Volta a Romândia e a Volta a Suiça (corridas onde tem um historial tremendo) por forma a preparar…os Jogos Olímpicos de Tóquio!
Rui Oliveira espera deixar para trás os azares de 2020 e a sua agenda depende muito da condição física que apresente no início da temporada e no bloco de clássicas que fará. O bloco de clássicas será feito no apoio a Kristoff e Trentin, mas o ciclista português espera ter uma ou outra chance em semi-clássicas como a Nokere Koerse. Se tudo correr bem estará presente no Giro, ao lado e integrado no comboio de Fernando Gaviria.
Relativamente a Ivo Oliveira, a excelente parte final de temporada em 2020, onde foi crucial na vitória de etapa de Jasper Philipsen na Vuelta, convenceu os responsáveis da equipa a selecionarem-no para o Tour. A agenda parece muito preenchida, passa pela Clássica de Almeria e a Volta ao Algarve, antes do bloco de clássicas e do Tirreno-Adriatico. Segue-se a Volta a Romandia, o Dauphine e até um estágio em altitude antes do Tour. A UAE Team Emirates vê no corredor de 24 anos um ciclista de equipa que pode proteger Tadej Pogacar no terreno plano e auxiliar Alexander Kristoff nas chegadas em pelotão compacto.