O Tour está mesmo aí à porta e também se está a aproximar a abertura do mercado de transferências, é uma altura de muitas reuniões, negociações e rumores. Os últimos dias têm sido particularmente sumarentos do que toca a este assunto.
Muito do que se irá passar neste mercado está dependente das opções da Bora-Hansgrohe. A equipa alemã está metida em vários negócios, muito por causa da saída de Peter Sagan, que liberta fundos para contratações a pensar noutros objectivos. Por falar no eslovaco, os últimos desenvolvimentos apontam para a Total Direct Energie ser uma possibilidade real, mas que a Specialized quer segurar à força o ex-campeão do Mundo. Curiosamente, nos últimos dias a Deceuninck-Quick Step anunciou que chegou a acordo com a Specialized até 2027…
Uma das novelas da semana foi entre Sam Bennett e a Deceuninck-Quick Step, com Patrick Lefevere como figura de proa. A diferença que 1 ano faz, no último Tour Bennett chorava quando alcançou o seu primeiro triunfo na Grand Boucle, agradecendo à equipa e a Patrick Lefevere a confiança depositada nele. Há uns dias foi a vez do general manager ir para a imprensa criticar publicamente Bennett, questionado a resiliência psicológica do irlandês e duvidando da sua lesão no joelho, que o afastou do Tour e levou à convocação de Mark Cavendish.
Consideramos que Sam Bennett dificilmente após este episódio tem condições para continuar na estrutura belga e tudo isto reforçou o rumor de que Sam Bennett estará de regresso à Bora-Hansgrohe, a estrutura que o levou para o World Tour. Este facto está interligado a outro rumor que surgiu esta semana, o de que Danny van Poppel pode estar a caminho da formação alemã para ser o lançador principal de Sam Bennett em algumas corridas, sendo oportunidade de correr por interesses pessoais noutras. O corredor que representa actualmente a Intermarche-Wanty-Gobert estaria a abdicar da liderança, mas a ir para uma estrutura mais poderosa e com mais estatuto. A informação foi avançada no De Telegraaf.
Um dos voltistas mais cobiçados neste mercado será certamente Aleksandr Vlasov. O jovem russo, 4º no Giro este ano, está em final de contrato com a Astana e o director desportivo, Dmitriy Fofonov, confirmou esta semana ao “velo-club” que o russo está mesmo de saída da formação cazaque. Até agora, ao que parece, abriram-se 2 grandes portas para Vlasov, a Ineos-Grenadiers (que já se fala desde o ano passado) e a Bora-Hansgrohe (um rumor bem vincado este ano).
Em qualquer dos casos seria uma opção de carreira muito curiosa para Vlasov, porque em nenhuma das estruturas seria propriamente o líder indiscutível, como é na Astana com a saída de Miguel Angel Lopez no ano passado. Na Ineos-Grenadiers tem a concorrência de Bernal, Carapaz, Thomas, já para não falar de outros nomes como Sivakov, Hart ou Martinez, que estão numa segunda linha. Caso Vlasov fosse para a Bora-Hansgrohe como ficaria a situação de liderança de Kelderman ou Buchmann? Já para não falar que aparentemente João Almeida também está em vias de assinar com a formação alemã, que parece estar em todas.
A Intermarche-Wanty-Gobert sabe que precisa de grandes líderes e nomes sonantes para aumentar a competitividade e diminuir o fosso face a outras equipas World Tour, e para isso um dos grandes alvos é Alexander Kristoff, cuja saída da UAE Team Emirates será certa. O norueguês de 33 anos também é apontado à Uno-X, que está a fazer um grande investimento em corredores noruegueses, e que tem ambições para estar no World Tour nos próximos anos. Kristoff ainda é um ciclista capaz de fazer top 10 em muitas clássicas belgas, sendo uma forte ameaça num sprint reduzido (rumor Wielerflits).
A estrutura belga também está a pensar em privilegiar a juventude do seu país, que está um pouco tapado na Lotto-Soudal. 2 alvos preferenciais serão também Gerben Thijssen (sprinter de 23 anos, muito afectado por lesões este ano, e que foi 2º numa etapa da Vuelta em 2020) e Kobe Goossens (corredor de 25 anos, 24º na Vuelta em 2020 e rei da montanha do Tour de Romandie este ano).