À partida de Venosa, a etapa de hoje do Giro d’Itália prometia muita animação e os primeiros 80 quilómetros não desiludiram. Alta velocidade, ataques, contra-ataques, ciclistas importantes atrasados, várias tentativas de fuga e, acima de tudo, pelotão compacto. Remco Evenepoel e João Almeida chegaram a estar atrasados, foram forçados a recuperar terreno mas tudo não passou de um susto. Pelo meio, e sem fuga, Thibaut Pinot aproveitou para passar na frente no Passo delle Crocelle e reforçar a sua liderança da montanha.

Foi já depois dos referidos 80 quilómetros, consequentemente, a menos de 100 do final, que se formou a fuga do dia. Aurelien Paret-Peintre, Nicola Conci, Vincenzo Albanese, Warren Barguil, Andreas Leknessund, Amanuel Ghebreigzabhier e Toms Skujins eram os fugitivos do dia, Bruno Armirail ainda se tentou juntar mas sem sucesso. Os sete da frente colaboraram entre si e, apesar de Leknessund estar a menos de 2 minutos de Evenepoel, a Soudal Quick-Step deu liberdade à escapada, deixando esta chegar aos 5:20 à falta de 2o quilómetros para a chegada.



A fuga sonhava com a vitória em etapa e com a liderança do Giro e foi dessa forma que entraram na subida final de Colle Molella. A primeira mexida aconteceu a 7 quilómetros do fim, com Conci a lançar-se sem resposta de ninguém. Este ataque espevitou o grupo, Skujins fez a ponte para a frente, ao passo que Barguil cedia atrás. A ritmo, o letão da Trek-Segafredo deixou Conci para trás e, aos poucos, os restantes elementos da fuga chegaram-se à frente. A parte mais dura da subida chegava e fazia-se nova seleção, com Ghebreigzabhier, Leknessund e Paret-Peintre a ficarem na frente a 5300 metros do fim.

Um quilómetro passava e nova seleção era feita, com Leknessund a atacar, primeiro distanciando Ghebreigzabhier e depois Paret-Peintre. O francês não foi ao choque, não desistiu e, antes do final da subida, voltava à roda do norueguês. Apesar de alguma aparente desunião, o duo permaneceu junto até ao final, Leknessund sabia que tinha de deixar tudo na estrada se queria envergar a camisola rosa e foi isso que fez. Paret-Peintre aproveitou a situação, no quilómetro final foi na roda, e quando arrancou para o sprint não teve resposta do norueguês. Vitória para o francês da AG2R Citroen, a primeira da carreira numa Grande Volta. A 27 segundos, Skujins foi 3º, superando Albanese.



No pelotão, fez-se uma corrida bastante controlada, foi a INEOS Grenadiers quem marcou o ritmo na fase final, não existiram ataques nem na subida nem na fase final e o grupo chegou unido ao final, sem que nenhum grande favorito cedesse tempo. Com 1:59 de diferença entre grupos, Leknessund é o novo maglia rosa do Giro com 28 segundos de vantagem para Remco Evenepoel. João Almeida chegou com os favoritos e é, agora, 4º a 1 minuto.

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