180 quilómetros era o menu do dia na Volta a Itália, uma etapa que terminava na região de Siena e RCS não podia esquecer os setores de sterrato. O pelotão acordou cheio de vontade e os primeiros 90 quilómetros foram feitos a um ritmo brutal. Ataques e mais ataques sem que nenhum grupo se conseguisse estabelecer na frente de corrida. A primeira contagem de montanha passava e as diferenças eram muito curtas mas foi a partir daqui que se começou a ver luz ao fundo do túnel para a fuga do dia. Julian Alaphilippe estava a ser um dos ciclistas mais combativos do dia e, em mais um dos seus ataques levou consigo Pelayo Sanchez e Kaden Groves.
Este trio viria a receber a companhia de Andrea Vendrame, Luke Plapp, Matteo Trentin e Filippo Fiorelli, numa altura em que a UAE Team Emirates começava, finalmente, a dar liberdade à escapada. Plapp era o ciclista mais perigoso para a liderança de Tadej Pogacar, a 2:33 o australiano rapidamente saltou para a liderança virtual do Giro. Até ao primeiro setor de sterrato, em Vidritta, a vantagem aumentou até aos 3 minutos e aí surgiu a INEOS Grenadiers. O trabalho da equipa britânica fez diminuir a diferença no primeiro setor e, em Grotti, a fuga dividiu-se. 43 quilómetros para o fim e restavam Plapp, Alaphilippe e Sanchez na frente.
O pelotão estava cada vez mais curto e, rapidamente se aproximava da fuga que saiu da subida e, consequentemente, do segundo setor, com 1:30 de vantagem. Os favoritos não atacaram mas Daniel Martinez, Cian Uijtebroeks e Ben O’Connor passaram por momentos menos bons depois de ter sido obrigados a colocar o pé no chão e recuperar posição no grupo. Num momento de acalmia no pelotão, com a UAE Team Emirates a voltar ao comando, Mikkel Honoré decidiu arriscar e tentar fazer a ponte para os fugitivos. O último setor aparecia e o ritmo voltava a aumentar no pelotão com o grupo a apanhar Honoré e o grupo intermédio já no sterrato.
O trio da frente mantinha-se unido, a vantagem voltava a estabilizar agora em 1 minuto, a apenas uma quase queda de Sanchez terminou com a união. Foi algo momentâneo, os três voltaram-se a unir e enfrentaram juntos a última colina do dia onde Plapp sentiu algumas dificuldades. Mesmo assim, o trio manteve-se unido, a diferença era já curta pois um ataque de Romain Bardet fez todos os favoritos seguirem a sua roda. Esta movimentação não teve continuidade, o trio da frente saiu com 20 segundos de avanço e Plapp foi quem mais se sacrificou.
O australiano liderou o grupo praticamente um quilómetro e só foi ultrapassado no sprint final. Alaphilippe lançou primeiro o sprint mas Sanchez estava na sua roda, ainda tinha mais energia e com facilidade passou o antigo campeão do Mundo para conquistar a vitória no Giro e a grande etapa da sua carreira! Piccolo foi 4º, depois de ter atacado do pelotão e os favoritos chegaram todos juntos, a 29 segundos, num grupo liderado por Jhonatan Narvaez. Pogacar segue de rosa por mais um dia.