Dia muito importante nos Pirinéus, com um menu composto por 3 contagens de 1ª categoria e 1 subida de 2ª categoria. Rafal Majka não alinhou à partida devido a um problema físico, uma baixa de peso para Tadej Pogacar, e Tim Wellens testou positivo à Covid-19. As primeiras dezenas de quilómetros foram de loucos, todas as tentativas de fuga foram anuladas e só mesmo no Col d’Aspin se destacou um grande relativamente grande ao pelotão liderado pela Jumbo-Visma.
A subida foi feita a uma velocidade louca, foram Thibaut Pinot e Alexey Lutsenko que mais rápido a fizeram e foram para a descida na frente, diante de um grupo de elite onde estavam Simon Geschke, Pierre Latour, Giulio Ciccone, Quinn Simmons, Rigoberto Uran, Dylan Teuns, Patrick Konrad, Jonathan Castroviejo ou Dylan van Baarle. A alguns segundos estava Romain Bardet, a tentar fazer a ponte para este grupo na tentativa de recuperar o tempo perdido ontem, com o pelotão a cerca de 1:30.
A descida foi realizada mais tranquilamente pelo grupo principal, que ia cedendo algum tempo, até que Mikkel Bjerg assumiu o controlo na contagem de 2ª categoria e reduziu bastante os números, deixando para trás Thomas Pidcock ou Adam Yates. No final do Hourquette d’Ancizan o duo dianteiro tinha 40 segundos sobre o grupo de Romain Bardet e 1:20 sobre o grupo principal. Na fase de transição para a próxima contagem de montanha o ritmo diminuiu nos favoritos porque Bjerg saiu da frente, aumentou nos perseguidores porque a Trek-Segafredo tentava afastar Geschke, que tinha sofrido um problema mecânico. Graças a isto, Lutsenko e Pinot foram alcançados pelos perseguidores mesmo na entrada do Col du Val Louron-Azet.
Assim que se entrou nesta montanha, a 30 kms da meta, os grupos desfizeram-se, Leknessund isolou-se na frente da corrida perseguido mais directamente por Rigoberto Uran, enquanto nos favoritos McNulty entrou ao trabalho e apenas resistiram Pogacar, Vingegaard, Kuss e Thomas ao ritmo do norte-americano. O comboio liderado pela UAE Team Emirates seguia a um ritmo alucinante, foi apanhando e deixando para trás todos os elementos da fuga, com o último resistente a ser Andreas Leknessund. O norueguês foi absorvido a 3 kms do topo, numa altura em que Vingegaard já estava sem Kuss e em que Thomas estava a ficar para trás.
Pogacar ainda tentou perto do topo, Vingegaard respondeu prontamente e seguiram os 3 para a descida, com 1 minuto sobre Thomas, Lutsenko e Kuss e quase 3 minutos para um grupo com Gaudu, Mas, Quintana e Vlasov. Curiosamente em Peyragudes não houve grandes movimentações, McNulty continuou o seu trabalho e as diferenças praticamente ficaram iguais. Sem ataques, ficou para ser decidido no sprint final, onde Tadej Pogacar superou Jonas Vingegaard para somar mais uma vitória em etapas no Tour, com o camisola amarela na sua roda e McNulty mais para trás. Thomas foi o melhor dos “outros” a mais de 2 minutos.
Pogacar encurtou a distância para Vingegaard na geral em 4 segundos e o fosso entre estes 2 ciclistas e Thomas cresceu ainda mais e o mesmo aconteceu entre o britânico e o resto do top 10.