A Qhubeka ASSOS tem sido a grande protagonista dos últimos dias neste mercado de transferências que já está a acalmar com o aproximar da próxima temporada. O plantel já estará praticamente completo, com 24/25 ciclistas anunciados e é o possível tendo em conta as dificuldades em arranjar um patrocinador. Vamos então dissecar os anúncios dos últimos dias.



Começando pela renovação, Reinardt Janse van Rensburg ficará na estrutura da Qhubeka uma 7ª temporada. O sul-africano que já brilhou na Volta a Portugal é um ciclista rápido e que passa bem a média montanha, como provou este ano, onde esteve por 8 vezes nos 10 primeiros, sendo que 2 delas foi na Vuelta. Com a renovação de Giacomo Nizzolo acertada, Rensburg poderá fazer parte do comboio do italiano, sendo uma boa alternativa nas provas em que Nizzolo não está presente.

A contratação mais sonante foi a de Sergio Henao, colombiano de 32 anos (quase 33), que passou pela Team Sky entre 2012 e 2018 e estava na UAE Team Emirates. Na Sky obteve excelentes resultados, ganhou etapas na Volta ao País Basco e na Volta a Polónia, foi 2º na Fleche Wallonne e venceu o Paris-Nice em 2017, sendo globalmente um bom trepador com uma boa capacidade de explosão. Também participou em algumas vitórias em Grandes Voltas na Team Sky, terminando no top 20 dessas provas por 6 vezes, a última delas na recente Vuelta, onde acabou em 15º.



Henao já não será propriamente um grande líder, mas sim uma alternativa para provas que tenham colinas, já que na alta montanha quebra sempre um pouco. Poderá estar em destaque nas clássicas ao lado de Simon Clarke e Michael Gogl, outros 2 ciclistas com provas dadas neste tipo de corridas. Para além disso, irá certamente liderar a equipa em algumas provas de 1 semana onde o top 10 é bem possível.

Sander Armee é um reforço virado para a montanha, outro corredor bastante experiente com os seus 34 anos e que deixa a Lotto-Soudal, onde estava desde 2014. 2017 foi de longe a sua melhor temporada, tendo sido 2º nos 4 dias de Dunkerque, 4º na Volta a Noruega e 1º numa etapa da Vuelta, a sua melhor vitória da carreira. É um combativo, costuma entrar em muitas fugas e poderá ser um elemento de apoio a Aru, Henao ou Pozzovivo, caso algum deles esteja perto do seu melhor.

Outro elemento com muita experiência é Matteo Pelucchi, que regressa ao World Tour depois de passagens pela IAM e pela Bora-Hansgrohe. É um ciclista muito vitorioso nomeadamente nas provas asiáticas, onde o terreno é perfeito para ele, visto que tem muitas dificuldades em passar a montanha. Acreditamos que a sua contratação tem em vista a ajuda a Giacomo Nizzolo nos sprints, Pelucchi tem potencial para ser um excelente lançador e colaborar com Max Walscheid nessa função. O facto de Nizzolo também ser italiano pode ajudar nesta junção de forças, eles que são grandes amigos.



Apesar dos seus 28 anos, Lasse Norman Hansen tem 10 temporadas de experiência desde que se tornou profissional. Um especialista em pista, o dinamarquês estará na sua 3ª temporada no World tour, depois de ter passado pela Cannondale em 2014 e 2015. Esteve na Alpecin-Fenix nos últimos 2 anos, mostrando sempre bom nível em casa, na Volta a Dinamarca. É um bom rolador, um bom contra-relogista, claramente com classe suficiente para correr a este nível, resta saber se vai conseguir conciliar a estrada e a pista da melhor maneira.

Mauro Schmid destoa um pouco deste tom de contratações, é um jovem suíço com 21 anos feitos recentemente, tendo estado na Leopard Pro Cycling em 2020. Fez uma época consistente, sendo 18º no Czech Tour e 11º na Volta ao Luxemburgo, em 2019 foi 21º nos Mundiais sub-23 e campeão nacional nesse mesmo escalão, parecendo-nos um puncheur clássico, um pouco com as características de Marc Hirschi.



By admin