Dia absolutamente decisivo na Volta a Portugal, última oportunidade para fazer diferenças na montanha com a mítica subida à Senhora da Graça e a duríssima ascensão ao Barreiro. Com o pelotão já bem curtinho, apenas 88 unidades, o início da etapa foi bem rápido, formando-se uma fuga com Rafael Reis, Luís Mendonça, Joaquim Silva, Pedro Pinto, Roniel Campos, Vicente Garcia de Mateos, Bruno Silva, Aleksandr Grigorev e Juan Diego Alba.
Bruno Silva foi somando pontos preciosos para a classificação da montanha e Rafael Reis para a classificação por pontos, sempre com o pelotão muito atento, a menos de 2 minutos, liderado pela Efapel e pela W52-FC Porto. A tensão foi-se acumulando e o ritmo aumentando, estava pela frente a subida do Barreiro e a W52-FC Porto entrou a todo o gás, ficaram apenas 15 elementos na frente.
Num momento em que apenas estavam junto do camisola amarela Amaro Antunes Joni Brandão, João Rodrigues, Frederico Figueiredo, António Carvalho, Mauricio Moreira e Alejandro Marque, surgiu um ataque de Frederico Figueiredo na fase mais dura da subida. João Rodrigues perseguia enquanto Joni Brandão passava pior, António Carvalho tentou fazer a ponte para a frente, mas quem o conseguiu foi Mauricio Moreira, na companhia de Amaro Antunes.
Isto forçou Alejandro Marque a fechar o espaço, algo que o espanhol da equipa tavirense logrou com rapidez. Depois na descida foi António Carvalho a sair, com João Rodrigues na roda. Os perseguidores abrandaram, permitiram a reentrada de José Felix Parra e Abner Gonzalez e a diferença só baixou quando o ciclista da Efapel parou de puxar na frente.
A situação baralhou quando Joni Brandão atacou na descida, Frederico Figueiredo seguiu com ele e depois também Alejandro Marque saltou para este duo. Frederico recuou, mas também João Rodrigues o fez e a Efapel foi forçada a recuar António Carvalho também. Começou então novo duelo, João Rodrigues (com Marque e Joni na roda) vs António Carvalho (com Moreira, Frederico, Amaro, Parra e Gonzalez na roda).
O primeiro grupo entrou na Senhora da Graça com 35 segundos sobre o segundo grupo, João Rodrigues acabou o seu trabalho e Joni Brandão arrancou em solitário a 6 kms da meta. Marque foi apanhado e aguentou até ao limite, até faltar 2000 metros, foi nessa altura que arrancou Mauricio Moreira, sempre com Amaro Antunes na roda. O camisola amarela perdeu alguns metros por causa de um problema mecânico e nunca mais foi capaz de alcançar o uruguaio da Efapel.
Mauricio Moreira foi cavalgando Senhora da Graça acima, ultrapassou Joni Brandão e foi abrindo espaço para os ciclistas da W52-FC Porto para celebrar no alto do Monte Farinha, diante de Amaro Antunes e Joni Brandão. Amaro Antunes manteve a camisola amarela, agora com apenas 42 segundos sobre Mauricio Moreira.