Como tem vindo a ser tradição no ciclismo nacional, a estrutura liderada pelo Professor José Santos foi das primeiras a fechar o seu plantel e a anunciar publicamente com quem conta para 2022. Para além dos corredores há uma grande novidade, um novo patrocinador, trata-se do município de Paredes, que regressa à modalidade após algumas épocas de interregno.




A renovação oficializada é de um líder, Daniel Freitas rubricou contrato com a equipa apoiada pelo clube axadrezado depois de uma temporada bastante bem sucedida, onde se afirmou internamente pela sua consistência. Foi 3º no G.P. Abimota, 6º nos Nacionais, 9º na Volta ao Alentejo e perdeu a oportunidade de envergar a camisola amarela na Volta a Portugal quando a equipa foi obrigada a abandonar devido a casos positivos de COVID-19. Nos últimos anos melhorou substancialmente na montanha e também por isso não é tão perigoso nas chegadas em pelotão compacto, ainda assim mantém uma boa ponta final e conseguiu uma mão cheia de pódios em 2021, espera-se mais do mesmo por parte de Daniel Freitas em 2022.

Uma aposta e uma contratação bem interessante é a de Pedro Miguel Lopes, jovem ciclista de 22 anos que tem vindo a subir paulatinamente nos rankings. Até se esperava uma evolução mais rápida do corredor que militou nas últimas temporadas na Kelly/Simoldes/UDO, mas 2021 foi um ano muito completo, ganhou a Volta a São Miguel, foi o melhor jovem na Volta ao Alentejo, o 2º melhor jovem na Volta a Portugal, 3º na Volta a Portugal do Futuro e esteve particularmente activo nos Europeus e Mundiais de sub-23, com boas classificações. É um ciclista à medida desta equipa, irreverente, com boa capacidade na média montanha e do qual se espera muito, inclusivamente uma nova subida de patamar no ciclismo nacional.




O último reforço é espanhol, será o 3º espanhol da equipa. Trata-se de Francisco Javier Agea, corredor de 22 anos que correu na Gomur-Cantabria nas últimas 4 temporadas, equipa amadora espanhola. É mais um ciclista do país vizinho que tenta dar o salto em Portugal, até 2020 era relativamente discreto mesmo no calendário espanhol. Este ano obteve 2 triunfos, no Trofeo Guerrita em Junho e na 2ª etapa da Volta a Galicia, mais tarde, parece ser um corredor com características que José Santos aprecia, é ofensivo, combativo e bom rolador, estará pensado também para ajudar em eventuais perseguições.

Aproveitando para fazer uma pequena reflexão sobre os ciclistas espanhóis (a quantidade) a correr em Portugal. Isto sucede porque o ciclismo português tem algo que o ciclismo espanhol não tem, que é equipas Continentais. Espanha tem uma formação World Tour, que é a Movistar e que nem sequer tem equipa de desenvolvimento como muitas outras têm e depois tem 4 equipas do escalão Profissional Continental, existindo um grande “gap” entre as equipas Profissionais Continentais e o ciclismo amador espanhol. Se existissem 1 ou 2 equipas Continentais espanholas iriam absorver os melhores ciclistas até então amadores e aqueles que não conseguem lugar nas Caja Rural ou Kern Pharma desta vida. As formações portuguesas veem estes ciclistas como uma oportunidade de presente e não de futuro, porque como têm um calendário muito mais vasto, estão na maioria dos casos mais preparados para a época seguinte e com mais rodagem do que os ciclistas que correram no escalão sub-23 em Portugal.

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