Hoje era dia de Raymond Poulidor festejar mais um aniversário, o seu 84º. O avô do fenómeno Mathieu van der Poel foi também um grande atleta no seu tempo, convivendo com algumas das gerações mais fortes que o ciclismo teve, o que o impediu de obter muitas mais grandes vitórias. Mesmo assim, mais de 70 triunfos ao longo da carreira, que teve um total de 15 temporadas.
Homem de uma equipa só, Poulidor fez toda a sua carreira na estrutura da Mercier, numa ligação que começou em 1963 e terminou em 1977. Fez 18 Grandes Voltas na sua carreira, sendo que 14 foram Tour’s de France, prova onde ganhou 7 etapas mas nunca conseguiu triunfar na classificação geral. Apelidado de “Eterno Segundo” já que por 8 vezes terminou no pódio da “Grande Boucle” (três segundos e cinco terceiros), a última das vezes já com 40 anos. A glória surgiu na vizinha Espanha, onde triunfou na Vuelta de 1964.
Travou grandes duelos, numa primeira fase, com o compatriota Jacques Anquetil e com Felice Gimondi e, na fase mais avançada da sua carreira com Eddy Merckx, Joop Zoetmelk e Joaquim Agostinho. Um ciclista muito completo já que para além das suas qualidades de trepador evidentes nas Grandes Voltas, venceu a Milano-Sanremo e a La Fleche Wallone. Teve o “azar” de correr contra grandes nomes do ciclismo mundial pois noutra altura seria um dominador ou, quem sabe, com o azar que tinha terminava sempre em 2º.
O próprio brincou com esta situação dizendo que “Se tivesse envergado a camisola amarela, não se falaria tanto de mim passados estes anos todos, depois de ter acabado a carreira. Subi oito vezes ao pódio, mais do que qualquer um e tenho um grande historial”. Pou-Pou faleceu há pouco mais de meio ano, no passado dia 13 de novembro de 2019, após dois meses de internamento, numa morte relacionada com problemas cardíacos.