Uma transferência que já estava quase certa pelas palavras de Ruben Guerreiro ao jornal “O Jogo”, mas como todos sabemos há coisas no ciclismo que mudam rapidamente. A EF Education First demorou, mas confirmou esta tarde a mudança do ciclista português de 25 anos para a equipa norte-americana.
Ruben Guerreiro saiu de Portugal no final de 2014, depois de uma temporada em que ganhou a Volta a Portugal do Futuro e foi 14º na Volta a França do Futuro. Esteve 2 temporadas na Axeon, uma das melhores equipas de formação a nível mundial, em 2016 foi campeão nacional, fez 13º na Volta a Califórnia e ficou no pódio da Liege-Bastogne-Liege sub-23. O salto seguinte era o World Tour e Ruben Guerreiro ingressou na Trek-Segafredo em 2017.
Uma transição que é sempre complicada, mas o corredor luso foi logo campeão nacional de elites, 9º na Volta a Bélgica e 6º na Clássica de Plouay no primeiro ano de elite. E que bela temporada que realizou em 2018 ao ser 9º no Tour Down Under, 4º no Herald Sun Tour, 14º na Volta a Califórnia e 6º na Volta a Turquia, melhorou muito nas provas de 1 semana e continuou competente nas clássicas, sendo 5º na Bretagne Classic e na Primus Classic.
Foi para a Katusha-Alpecin em 2019, um reforço importante numa estrutura que começava a abalar. A época começou bem com o 8º posto no Tour Down Under só que depois a instabilidade e alguns problemas físicos não ajudaram os resultados, inclusivamente fracturou a clavícula no Dauphine. Sem contrato para 2020 Ruben Guerreiro não desistiu, foi 16º no BinckBank Tour antes de fazer uma enorme Vuelta, cheirando a vitória em etapa algumas, acabando em 17º na geral.
Esta mudança para a EF Education First faz todo o sentido, Ruben Guerreiro correu 2 anos na Axeon, uma equipa norte-americana, tal como a EF, e obteve bons resultados naquele país. A estrutura liderada por Jonathan Vaughters costuma dar oportunidades a todos os corredores durante o ano e o director explicou em comunicado que durante as negociações de contrato Ruben Guerreiro não aceitou a primeira proposta da equipa, o ciclista português confiante disse que valia mais que aquilo e que iria mostrar isso no dia seguinte na Vuelta. E acabaria por fazer 2º no dia seguinte, o que impressionou ainda mais Vaughters.
Ruben Guerreiro é um puncheur muito promissor, apesar de ter feito uma boa Vuelta pensamos que deve continuar a focar-se nas clássicas e nas provas de 1 semana, encontrando aí o seu nicho. A EF Education First não tem assim tantos ciclistas com as características do português, talvez Simon Clarke seja o que se aproxima mais devido à sua capacidade de explosão.