A Japan Cup, que por si, já é uma corrida bastante dura, apresentou aos ciclistas o obstáculo acrescido das condições climatéricas adversas, que obrigaram a organização a encurtar a corrida em 30 kms. É uma corrida onde geralmente reina a anarquia e com o clima assim este ano não foi excepção, a 120 kms do fim já os maiores candidatos ao triunfo estavam a mexer-se e isso também provocou muitos abandonos.
Julian Alaphilippe não parava de atacar e o francês nem sequer abrandou quando se formou um grupo perseguidor com cerca de 20 unidades. O francês viria a ser alcançado e a luta pelo triunfo ficou entre estas 2 dezenas de ciclistas, um grupo muito curioso onde a maioria das equipas tinha múltiplas unidades e por isso mesmo havia muita táctica envolvida.
Não obstante isso, foi a capacidade física que também falou mais alto, a 25 kms da meta Rui Costa atacou e foi embora sozinho, tendo recebido mais tarde a companhia de Guillaume Martin e de Felix Engelhardt. Entraram na última volta já com uma vantagem considerável, os companheiros de equipa marcaram muitos ataques entre os perseguidores.
Na subida mais difícil do percurso Felix Engelhardt evidenciou algumas dificuldades, mas aguentou-se e os 3 entraram nos 2000 metros finais. Sabendo que no sprint perderia, Guillaume Martin tentou surpreender de longe, sem grande efeito e explosão, foi Engelhardt a lançar o sprint final, só que Rui Costa teve forças para o ultrapassar e somar mais uma vitória em 2023, a 5ª da temporada.
Este foi um triunfo especial por vários motivos, primeiro é o culminar de uma época de “renascimento” onde teve liberdade como há muito tempo não tinha e onde ganhou de Janeiro e Outubro. Segundo, foi a sua estreia em estradas japonesas e logo em grande. Terceiro, foi a despedida da Intermarche-Wanty-Gobert, já se sabe que ele estará de saída para outra equipa World Tour, o que também mostra bem o seu profissionalismo e competência, mesmo de saída deu 200 pontos UCI à equipa, que bem precisa deles.