Um dos dias mais esperados deste Giro teve um início bastante morno e conservador. Um grupo com Harn Vanhoucke, Alessandro Covi, Mauro Schmid, Enrico Battaglin, Francesco Gavazzi, Roger Kluge, Dries de Bondt, Taco van der Hoorn, Bert Jan Lindeman, Simon Gugliemi e Lawrence Naesen ganharam uma enorme vantagem de 13 minutos que praticamente lhes deu a garantia de disputar a etapa.
A corrida no pelotão começou a animar bastante na aproximação ao primeiro sector de sterrato, a Ineos Grenadiers entrou a todo o gás com Filippo Ganna a levar Egan Bernal e o grupo fraccionou por completo. Ficaram poucos ciclistas na frente e começou uma guerra entre a equipa britânica e a Quick Step, com ajuda da Astana e da EF, porque Remco Evenepoel estava para trás.
Depois de uma intensa perseguição houve colagem, mesmo antes de um longo sector em subida. A Jumbo-Visma aproveitou alguma acalmia para lançar George Bennett e Tobias Foss ao ataque e a fuga entrou nos últimos 20 kms com 7 minutos de avanço.
Evenepoel vinha denotando muitas dificuldades, sempre em sofrimento e muito mal colocado e no 3o grande sector de sterrato a Ineos voltou a carregar no acelerador e Bernal lançou um forte ataque. O belga ficou para trás de forma definitiva e passado alguns quilómetros João Almeida descaiu para ajudar o seu líder. Bernal ainda tinha Moscon para o ajudar, um elemento fundamental e Evenepoel perdia 1 minuto a 12 kms da meta.
O belga estava a ter um mau dia, mas Dan Martin e Davide Formolo estavam bem piores, cedendo vários minutos. Na frente os ataques sucediam-se e já dentro dos 10 kms finais isolaram-se Covi e Schmid. No grupo dos favoritos, já no último sector, Vlasov e Soler também ajudavam Bernal, com Ruben Guerreiro junto de Carthy um pouco mais atrás, a ajudar a colagem do britânico.
Buchmann conseguiu sair do grupo dos favoritos e recebeu a companhia de Bernal após um forte ataque do camisola rosa já dentro dos 5 kms finais. Covi e Schmid discutiram a vitória, Schmid lançou o sprint e Covi não teve capacidade de o ultrapassar, foi o primeiro triunfo da Qhubeka neste Giro e o segundo sucesso da Suíça, claramente o melhor momento da carreira deste jovem helvético. Harm Vanhoucke assinou o 3º posto na etapa.
Buchmann e Bernal colaboraram bem e Bernal ganhou tempo a toda a concorrência, consolidando a liderança, com Vlasov, Carthy, Yates, Caruso e Foss a perderam cerca de 30 segundos. Ciccone, Nibali, Evenepoel, João Almeida e Bardet cederam sensivelmente 2 minutos. Desta forma, o único ciclista a menos de 1 minuto de Egan Bernal na geral é Aleksandr Vlasov, a 45 segundos.
Em relação aos portugueses, Ruben Guerreiro chegou junto de Hugh Carthy, sendo o braço direito do britânico e subiu a 21º na geral, João Almeida ajudou e muito Remco Evenepoel, terminou com o belga e é agora 17º da geral e Nelson Oliveira ainda auxiliou Marc Soler e chegou dentro do top 40 na etapa.