Jornada muito importante na Volta a Itália, uma das etapas mais duras da competição com tudo ainda por jogar na classificação geral. As equipas sabiam da importância do momento e ainda antes da primeira contagem de montanha formou-se a fuga e definiram-se as tendências da tirada. A Jumbo-Visma não quis colocar ninguém numa escapada com mais de 20 elementos e que continha Aurelien Paret-Peintre e Jack Haig entre os perigos para a geral, 2 Ineos-Grenadiers, 4 corredores da Bardiani e outros nomes como Filippo Zana, Toms Skujins, Ben Healy, Derek Gee, Diego Ulissi ou Carlos Verona.
A formação holandesa preferiu controlar o pelotão e manter esta fuga numa fase inicial a 3:30, enquanto Jonathan Milan alargava a vantagem na classificação por pontos e Ben Healy batalhava com os Bardiani pelos pontos da montanha. A situação da corrida mudou um pouco na subida de Matassone, a Astana insatisfeita com o ritmo na frente da corrida lançou Vadim Pronskiy e Cristian Scaroni ao ataque e o duo da formação cazaque chegou ao alto com 1:30 sobre o resto da fuga e 5:15 para o pelotão. Os perseguidores reagiram na penúltima subida, com Valentin Paret Peintre a fazer um excelente trabalho para o seu irmão, colega e líder da equipa essencialmente a puxar o grupo.
Alcançaram o duo da Astana a 3 kms do final da penúltima subida, numa altura em que a diferença era de 4:30, enquanto a Jumbo-Visma continuava a impor um ritmo bem elevado no pelotão, já muito delapidado e com a nota do abandono de Pavel Sivakov. A equipa holandesa acelerou bastante no vale e reduziu a vantagem para 3:30 à entrada do Monte Bondone. Uma primeira selecção foi feita por Carlos Verona, que seguia com Filippo Zana, Jack Haig, Aurelien Paret Peintre, Vadim Pronskiy, Patrick Konrad, Ben Swift e Diego Ulissi, a 15 kms do fim com 2 minutos sobre o grupo restrito comandado por Rohan Dennis.
Quando o australiano ficou sem forças foi a UAE Team Emirates a continuar o seu trabalho e a 10 kms da meta Bruno Armirail finalmente cedeu na luta de ficar com a rosa. Jay Vine impunha um ritmo diabólico, provocou um corte no grupo e João Almeida colocou na estrada o seu ataque a 8 kms da meta, com Thomas, Roglic, Kuss, Dunbar e Zana na sua roda. O ciclista português tentou uma e outra vez e ao terceiro ataque finalmente ganhou alguns metros e ganhou alguns metros ao grupo liderado por Sepp Kuss, a situação ficou assim por 2 quilómetros até que Roglic cedeu e Thomas fez a ponte para João Almeida.
Geraint Thomas e João Almeida abriram uma vantagem de 20 segundos para Kuss, Roglic e Dunbar e colaboraram para abrir a maior vantagem possível para o esloveno. O quilómetro final foi um jogo de poker, João Almeida deixou Geraint Thomas assumir a responsabilidade e comandar as tropas e o ciclista português desferiu o derradeiro ataque a 200 metros da meta, não deixando o britânico ultrapassá-lo nos metros finais. Contas feitas, foi a primeira vitória da carreira de João Almeida numa Grande Volta e Geraint Thomas ficou com a camisola rosa, com 18 segundos sobre João Almeida e 29 segundos para Primoz Roglic.