Derradeira prova dos Campeonatos da Europa de 2021, com os elites masculinos a saírem para a estrada ainda antes das 12 horas. O início fez-se fora do circuito de Trento, numa fase bastante dura do perfil. Bem cedo, a França atacou com dois ciclistas, Aurelien Paret Peintre e Franck Bonnamour, a quem se juntaram Jesus António Soto e Harm Vanhoucke.



Itália, Suíça e Eslovénia mantiveram a fuga de perto e, na subida seguinte, muitas movimentações aconteceram com a Espanha e a França a serem as protagonistas. Thibaut Pinot, Mikel Landa, Ion Izagirre, Roger Adriá, Andrea Bagioli, Sebastian Reichenbach, Jonas Rapp e Felix Grosschartner faziam a ponte para a frente. Após algum período de acalmia no pelotão, e sem ninguém na frente, Portugal apareceu, iniciando a perseguição.

Candriai apareceu e continuou a fazer vítimas no pelotão. O ritmo de Portugal era alto e corredores como Gino Mader, Dylan Teuns, Peter Sagan e Matej Mohoric cediam. Mesmo no final da subida, os favoritos mostravam-se, com Remco Evenepoel a esboçar o primeiro ataque mas que rapidamente foi fechado.

A longa descida para o circuito de Trento partiu o pelotão, deixando 24 ciclistas na frente, entre os quais Ulissi, Evenepoel, Cosnefroy, Barguil, Hirschi, Colbrelli, Moscon, Pogacar, Rui Costa, João Almeida, Bardet e Trentin. Os alarmes soaram e o grupo voltou a juntar-se, o que levou a mais ataques, onde destacamos Nelson Oliveira. Em nova subida a Povo, foi Tadej Pogacar a atacar no pelotão, mas com todos a responder.




A terceira passagem por Povo viu o fim da fuga de Nelson Oliveira, num pelotão já reduzido a pouco mais de 40 ciclistas, onde era a Bélgica quem impunha o ritmo. A corrida louca continuava e na volta seguinte, após Trentin e Campenaerts se distanciarem na descida, tornou-se um grupo com estes dois, mais Pogacar, Evenepoel, Cosnefroy, Padun, Colbrelli e Hoelgaard no topo de Povo. A descida viu Sivakov, Hermans e Hirschi encostar na frente, num grupo que tinha 40 segundos de vantagem para ao reduzido pelotão.

Sentindo a perigosidade desta movimentação, João Almeida atacava no pelotão, chegou a ter fazer a ponte sozinho mas estando complicado esperou pelo grupo com Dewulf, Bardet, Geschke e Mollema. O pelotão, ou que restava dele, estava já fora da luta, estando a mais de 3 minutos a 35 quilómetros da chegada.




A próxima subida foi feita a ritmo, com Hermans e Trentin a impor ritmo. Na subida seguinte, a penúltima, a corrida voltou a mudar. Um ataque de Sivakov espevitou o grupo e logo de seguida foi Evenepoel a mexer-se, só com Colbrelli e Cosnefroy a seguirem. Aos poucos, o trio foi colaborando e entrou na última volta com 30 segundos de avanço para o grupo perseguidor.

A última subida foi fatal para Cosnefroy, com este a ficar para trás devido a cãibras. Evenepoel fez de tudo para quebrar Colbrelli mas foi impossível para o belga, apesar de muito sofrimento do italiano. Ninguém tentou atacar e tudo se decidiu ao sprint na chegada a Trento.



Sonny Colbrelli entrou na frente na curta reta da meta e isso foi um passo fundamental para conquistar um triunfo fácil, com Evenepoel a chegar em 2°. Cosnefroy terminou a mais de 1:20 em 3°. Na luta pelo 4° posto, Trentin era o mais forte, cruzando a linha de meta em celebração pelo título do seu compatriota. Este é o 4° título seguido de Itália, após Trentin em 2018, Viviani em 2019 e Nizzolo em 2020.

João Almeida foi o melhor português, acabando em 14° a 6 minutos. Rui Costa foi 18° a 9:13 e Nelson Oliveira 28° no mesmo grupo de Rui Costa.

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