Para além da imensidão de ciclismo masculino que tivemos na última semana, decorreu ao mesmo tempo uma corrida do calendário feminino, o UAE Tour. Esta é uma prova recente, mas que distribui muitos pontos para os primeiros lugares e a competição abriu com 2 etapas ao sprint. Sem grande surpresa foi Lorena Wiebes, a dominadora mundial desta especialidade, a levar de vencida as 2 tiradas. No primeiro dia festejou diante de Rachele Barbieri e Chiara Consonni, depois foi a mesma Consonni e a gaulesa Clara Copponi a completar o pódio.
Sem a presença de ventos laterais, ia, então, a classificação geral em aberto para Jebel Hafeet, onde Lotte Kopecky prometia testar-se novamente na alta montanha, depois da excelente indicação que deu na Volta a França do ano passado. Foi Lorena Wiebes a fazer os primeiros quilómetros da subida e a reduzir o grupo para 20 unidades, depois Gaia Realini acelerou e levou com ela apenas uma mão cheia de corredoras, incluindo a sua colega Elisa Longo Borghini, numa tentativa de reencarnar o que aconteceu em 2023, quando as 2 fizeram a dobradinha nesta mesma subida.
No entanto, desta vez a estratégia e as pernas das ciclistas da Lidl-Trek não foram as melhores. Mais tarde nova aceleração de Gaia Realini teve o condão de apenas deixar para trás a sua colega e compatriota, depois Mavi Garcia começou a colocar ritmo e a italiana cedeu mesmo perante um forte ataque de Neve Bradbury, outra agradável surpresa desta escalada. Kopecky ainda vinha com Mavi e jogou as suas cartas na perfeição, esperou que as rampas acalmassem para desferir uma potente aceleração que deixou a veterana espanhola para trás, alcançou Bradbury já perto do quilómetro final e a partir daí o destino estava traçado, suplantou a neo-zelandesa com facilidade ao sprint.
No último dia reinou a surpresa. As equipas das sprinters, nomeadamente a SD Worx deu tempo demais a uma fuga de 3 unidades, recebeu pouca ajuda das rivais também devido ao domínio demonstrado e Amber Kraak resistiu nos últimos metros para somar a maior vitória da carreira, diante de Wiebes e Pikulik. A classificação geral foi praticamente a ordem de chegada a Jebel Hafeet e é um importante aviso ao pelotão feminino.
Este ano Lotte Kopecky é candidata a tudo, sprints, clássicas e provas por etapas, até porque com as bonificações coloca muita gente em sentido e isso pode obrigar a tácticas completamente diferentes por parte das outras equipas. Nota para a excelente performance da St. Michel, a única equipa fora do World Tour presente e que fez 5ª e 11ª, com Marion Bunel e Dilyxine Miermont, Bunel que tem apenas … 19 anos.