Esta edição da Fleche Wallonne foi tudo menos típica, o frio e a chuva aumentaram a imprevisibilidade dos resultados e tornaram esta numa das edições mais duras e seleccionadas de uma clássica que tinha o traçado mais acessível dos últimos anos. Primeiro estabeleceu-se uma fuga relativamente inócua, as equipas mais modestas queriam visibilidade com Lilian Calmejane, Alan Jousseaume, James Whelan, Txomin Juaristi, Igor Czhzan e Johan Meens. A vantagem nunca foi grande e havia muito nervosismo no pelotão, a chuva fazia o grupo esticar muito em qualquer viragem e a luta pelo posicionamento conjuntamente com o ritmo imposto pela Lidl-Trek e Ineos condenavam a escapada.

Na segunda passagem pelo Mur de Huy começaram as surpresas, Mattias Skjelmose, um dos grandes favoritos, partiu completamente o motor e viria a abandonar mais tarde juntamente com mais 3 colegas de equipas, outros nomes aparentemente em dificuldades eram Bilbao, Teuns, Pidcock ou Hirschi. Foi nessa altura que arrancou o sempre combativo Soren Kragh Andersen, Markus Hoelgaard ainda tentou fazer a ponte para a frente, mas sem sucesso. O pelotão tinha cerca de 30 unidades, o número que geralmente tem na entrada dos 2 kms finais e ainda faltavam mais de 50 kms para o final e era a Uno-x uma das formações mais representadas nesse grupo.




O dinamarquês da Alpecin estava a rodar muito bem sozinho e na penúltima ascensão da mítica subida belga tinha mais de 1 minuto de avanço, foi aí que Stephen Williams atacou, recebendo a companhia de Maxim van Gils, Richard Carapaz, Santiago Buitrago e Kevin Vauquelin. Este quinteto foi anulado pela equipa norueguesa da Uno-x, que tinha 5 elementos, enquanto a Decathlon-Ag2r tinha 4 e a Visma 3, apostando em Tiesj Benoot. O Cote d’Ereffe apenas serviu para apanhar Soren Kragh Andersen e a partir daí o foco foi no Mur de Huy, as equipas que mais trabalhavam aproveitaram para colocar mais os seus líderes.

A subida foi feita sem grandes ataques, havia muita incerteza e foi-se fazendo uma selecção natural pelas empinadas rampas. O primeiro a arrancar a 250 metros da meta foi Stephen Williams, com um potente ataque que colocou logo muita distância nos restantes. O britânico ainda olhou para trás, mas resistiu por pouco à reacção dos rivais, com Kevin Vauquelin e Maxim van Gils a fecharem um pódio muito surpreendente. Benoit Cosnefroy e Santiago Buitrago foram 4º e 5º, respectivamente.

Foto: HBVL

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