A derradeira semana de competição da Vuelta começou com uma etapa curta que teve o seu início já depois da hora de almoço, dada a sua pouca quilometragem. Luta intensa pela presença na fuga do dia, com um grupo de 10 ciclistas a destacar-se após 10 quilómetros. Louis Vervaeke, Romain Gregoire, Kaden Groves, Andreas Kron, Andrea Piccolo, Paul Lapeira, Matteo Sobrero, Romain Bardet, Max Poole e Samuele Battistella chegaram a ter praticamente 1 minuto de vantagem para o pelotão só que o problema estava na INEOS Grenadiers.
A equipa britânica não tinha ninguém na frente, colocou-se na frente do pelotão e alguns quilómetros passados anulou o grupo de fugitivos. Reinício da etapa a 78 quilómetros do fim, novamente muitos ataques, até que saíram do pelotão Mattia Cattaneo, Kaden Groves, Kulius van den Berg, Nicolas Prodhomme, Max Poole e Joel Nicolau. Estava formada a fuga do dia, só que esta também não teve muita liberdade, desta vez devido à Jumbo-Visma.
Groves tinha a missão de passar na frente o sprint intermédio e conseguiu-o, deixando, depois, a frente de corrida, só que com diferenças tão curtas os fugitivos não podiam sonhar com a vitória. A 10 quilómetros do fim, o que restava da fuga era apanhada pelo pelotão, numa altura em que a chuva aparecia e tornava as condições de corrida ainda mais difíceis.
Alta velocidade e luta pela entrada na frente na subida final, algo conseguido pela Jumbo-Visma. 4800 metros de puro sofrimento, com as primeiras rampas a reduzirem o grupo a menos de 20 unidades. Attila Valter fez um quilómetro na frente, até ao ataque de Jonas Vingegaard, um ataque que não teve resposta pronta de ninguém. O dinamarquês estava imparável e a um ritmo louco foi ganhando segundos atrás de segundos para o grupo dos favoritos, onde ninguém trabalhava e vários ciclistas secundários iam saindo. No final, fazendo a sua corrida, Vingegaard vencia a etapa, a 2ª na Vuelta e o relógio começava a contar. Finn Fisher-Black foi 2º, a 43 segundos e Wout Poels 3º, a 49.
No grupo dos favoritos, e quando a diferença era já superior a 1 minuto, foi Primoz Roglic a mexer, à entrada do quilómetro final. O ataque do esloveno foi acompanhado por Juan Ayuso e Enric Mas, com Sepp Kuss a ceder uns metros. O líder ainda voltou a encostar, mas voltou a ceder nos metros finais, com Ayuso, Mas, Roglic e Vlasov a chegarem a 1:01 de Vingegaard. Kuss e Landa terminavam a 1:05 e João Almeida a 1:09. Na geral, Sepp Kuss consegue manter a camisola vermelha só que viu Vingegaard aproximar-se, e muito, estando, agora a 29 segundos! Roglic é 3º a 1:33. João Almeida manteve o 10º lugar, a 8:43.
Esta vitória acontece no dia em que Nathan van Hooydonck, ciclista da Jumbo-Visma, teve um ataque cardíaco seguido de um grave acidente que o deixou em estado bastante grave, estando neste momento no hospital. Uma vitória emocional para Vingegaard e para a equipa neerlandesa.