Último Monumento da temporada 2022 no ciclismo de estrada, a 116ª edição da “Il Lombardia”, com um traçado muito duro, de 253 kms entre Bergamo e Como. Na primeira metade a corrida ficou marcada por 3 aspectos bem diferenciados, primeiro uma fuga bem forte, que até demorou a constituir-se, composta por Aurelien Paret Peintre, Natnael Tesfatsion, Alessandro de Marchi, Davide Bais, Lawson Craddock, Luca Covili, Alex Tolio, Kenny Elissonde, Cristian Scaroni e Simone Ravanelli, que nunca tiveram uma vantagem muito grande para o pelotão liderado por Movistar, Jumbo-Visma e UAE Team Emirates, com as 3 equipas claramente interessadas em impôr um ritmo bem elevado desde o início, este era o segundo aspecto.
O terceiro foram as quedas, que afectaram alguns ciclistas em particular. O espanhol Mikel Nieve fazia a sua última corrida como profissional e foi obrigado a abandonar devido a uma possível fractura e Domenico Pozzovivo seguiu o mesmo caminho, ele que era um claro candidato ao pódio. Lorenzo Fortunato, um possível top 10, também ficou envolvido e retirou-se. O ritmo era tão elevado que a escapada foi alcançada à falta de 70 kms e tanto a Jumbo-Visma como a Ineos-Grenadiers mostraram interesse em manter a prova selectiva, reduziram o grupo e foi João Almeida a fazer a selecção final na Madonna del Ghisallo, colocando nomes como Gino Mader ou Julian Alaphilippe em grandes dificuldades.
O trabalho de João Almeida terminou a 40 kms do final e a UAE Team Emiratres continuou a forçar com Marc Hirschi, lançando Tadej Pogacar ao ataque no Civiglio, após um ritmo frenético de Davide Formolo, que partiu pro completo o grupo principal. Apenas Enric Mas e Mikel Landa conseguiram seguir um primeiro ataque do esloveno, com o ciclista da Bahrain-Victorious a ceder pouco depois, recuperando um pouco quando o ritmo baixava visto que Mas não ajudava Pogacar por ter Valverde num grupo perseguidor.
O duo dianteiro passou Civiglio com 10 segundos sobre Landa e cerca de meio minuto para um grupo composto por Bardet, Higuita, Valverde, Mollema, Yates, Rodriguez, Ciccone, Vingegaard e Molard. Landa conseguiu recolar na descida e a colaboração entre os 3 aumentou a diferença para 40 segundos visto que não existia grande entendimento lá atrás, tanto que Carlos Rodriguez e Sergio Higuita aproveitaram para se destacar dos restantes. Enric Mas tentou de tudo na última subida e os dois foram trocando ataques mutuamente, mas as pernas estavam muito iguais e nada separava Pogacar do ciclista da Movistar.
Os dois até se entenderam bem até ao quilómetro final para prevenir uma recolagem de Mikel Landa. De uma forma lógica Mas deixou Pogacar liderar nos 1000 metros finais para o tentar surpreender no sprint e até houve um momento em que a vitória parecia possível, mas prevaleceu a ponta final do esloveno para somar o 3º Monumento da carreira e a 2ª vitória consecutiva na Lombardia. Sergio Higuita e Carlos Rodriguez fecharam o top 5 e Alejandro Valverde concluiu a sua última corrida da carreira no 6º posto.~