A etapa 18 marcava a última oportunidade para os homens da geral fazerem as diferenças na alta montanha. Uma etapa curta, mas muito dura, com duas quartas categorias no início, seguindo-se a passagem pelo mítico Col du Tourmalet, para acabarem no alto de Luz Ardiden. Os ataques começaram a surgir desde o quilómetro zero, visto que eram muitos os interessados a estar na frente da corrida. A fuga acabou por ser formada por cinco ciclistas: Julian Alaphilippe, Luc Périchon, Matej Mohoric, Christopher Juul-Jensen e Sean Bennett.
Na passagem pela segunda montanha do dia, a 75km do final, a Bahrain-Victorious e a BikeExchange aceleraram o ritmo, tendo em vista a discussão do sprint intermédio. Sonny Colbrelli e Michael Matthews queriam deixar Mark Cavendish em dificuldades, mas não era tarefa fácil. O líder da camisola verde, acabou por ser o primeiro a passar do grupo dos favoritos, somando mais 11 preciosos pontos. A fuga teve sempre uma vantagem curtíssima, abaixo dos 2 minutos. A 50km do fim, no sopé do Tourmalet, só restavam Alaphilippe e Mohoric na frente. Numa altura em que quatro franceses atacavam: Pierre Latour, Pierre Rolland, Kenny Elissonde e Valentin Madouas.
Miguel Ángel López saía a 46km do fim, na tentativa de salvar o Tour à Movistar, seguido por Ruben Guerreiro, David Gaudu, Nairo Quintana, Omar Fraile e Ion Izaguirre. Por esta altura, existiam vários grupos espalhados pela subida acima. A Ineos Grenadiers assumiu a cabeça do pelotão, reduzindo a diferença para a frente. Urán descolava a 2,5 km do final da subida ao Tourmalet. Woods e Wout Poels saltavam no grupo dos favoritos, em busca dos pontos para a classificação da montanha. O corredor da Bahrain descartava Woods e aumentava a vantagem para a concorrência, ao passar no topo em quarto lugar, somando mais 10 pontos.
David Gaudu foi o último resistente na frente, acabando por entrar na subida final de forma isolada. Kwiatkowski e Tao Hart encarregaram-se de impôr o ritmo e reduziram o grupo. A UAE-Team Emirates queria mais, Rafal Majka assumia as despesas a 5km do fim, e o grupo ficava por esta altura muito justo de forças.
Quando faltavam 3 quilómetros, Pogacar arrancou, seguido por Vingegaard, Kuss, Castroviejo, Carapaz e Enric Mas. Kuss impôs o ritmo até à entrada do derradeiro quilómetro, o espanhol Mas ainda tentou surpreender, mas o esloveno estava decidido a obter nova vitória.
Nos últimos 600 metros, Pogacar alcançava Enris Mas e prosseguia a sua “cavalgada”até à meta, sem dar hipóteses aos seus adversários. O líder da Emirates somou duas vitórias consecutivas, o seu terceiro triunfo nesta edição do Tour. Está claramente um patamar acima dos seus rivais, e agora ficam a faltar apenas 3 etapas, duas destinadas para sprinters, incluindo chegada aos campos Elísios, e um contrarrelógio individual. Jonas Vingegaard e Carapaz consolidaram o seu pódio final no Tour. Quanto à classificação da montanha, o esloveno assumiu a liderança, com 107 pontos, ultrapassando Wout Poels que estava em primeiro lugar. Ao todo, poderão ser 3 camisolas para o corredor de 22 anos!