A formação britânica fez alguns movimentos pouco habituais no mercado de transferências nos últimos dias, o mais recente foi a contratação do 4º colombiano da equipa para 2020: Brandon Rivera. O jovem de 23 anos já passou pela Europa, pela equipa de formação U.C. Monaco e em 2019 representou a GW-Shimano, com resultados positivos internamente, fez vários pódios, ganhou 1 etapa na Volta a Colombia e sagrou-se campeão pan-americano de contra-relógio.
Rivera evoluiu bem em 2019, mas pode-se presumir que a sua contratação também esteja relacionada com a boa relação que tem com Egan Bernal, que não pode ser desvalorizada nestes casos. A outra grande surpresa foi o anúncio de Carlos Rodriguez, jovem espanhol de 18 anos que em 2018 se sagrou campeão nacional de contra-relógio na categoria de juniores e ainda foi medalhado nos Europeus dessa mesma categoria.
Ao serviço da Polartec-Kometa em 2019 ganhou um total de 14 corridas, incluindo os Nacionais de contra-relógio novamente e várias provas por etapas como o Tour de Gironde e a Vuelta al Besaya. Tem um potencial tremendo, os meios espanhóis dizem é um fenómeno. Daí a Team Ineos querer agarrar este jovem logo aos 18 anos, vai correr com os elites no primeiro ano de sub-23.
Em comum estes 2 ciclistas têm o agente: Giuseppe Acquadro, agente que esteve envolvido também na vinda de Richard Carapaz para a Ineos e que neste momento tem péssimas relações com a Movistar, falando-se que a Movistar estava de olho em Carlos Rodriguez.
Curiosamente até à entrada de Carlos Rodriguez a Team Ineos (antiga Team Sky) nunca tinha tido um ciclista com menos de 20 anos no plantel, tirando os estagiários no final do ano. Esta contratação levanta outro assunto pertinente, até que ponto e positivo para a evolução destes jovens, e acima de tudo para a sua longevidade da carreira, começaram a competir com os elites e em provas World Tour aos 18/19/20 anos, escapando o escalão sub-23?
O primeiro exemplo recente disso foi Remco Evenepoel, a Trek-Segafredo aposta no campeão mundial junior Quinn Simmons e agora Carlos Rodriguez, todos estrearam-se ou vão-se estrear em equipas World Tour com menos de 20 anos. Puxando o filme um pouco atrás, desde 2001 houve mais 2 ciclistas na mesma situação: Arkaitz Duran e Andy Schleck, na primeira década deste século. A última grande época de Andy Schleck, por exemplo, foi aos 26/27 anos, muito mais cedo que o habitual. Mais somente daqui a 10/12 anos podemos ter uma real ideia do impacto destes ingressos precoces no World Tour.